Os favoritos de sempre para o Nobel da Literatura

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Mario Vargas Llosa Enrique Castro-Mendivil/Reuters

O prémio Nobel da Literatura para 2009 vai ser anunciado em Outubro, em data ainda não divulgada pela Academia Sueca, e os nomes de quem se fala mais insistentemente, segundo uma prospecção da Lusa na Internet e artigos recentes em jornais internacionais, são os norte-americanos Philip Roth e Joyce Carol Oates, o peruano Mário Vargas Llosa, o italiano Cláudio Magris, o mexicano Carlos Fuentes e o holandês Cees Nooteboom.

Parecem ser apostas sensatas, mas o problema é que todos eles, e especialmente Roth e Vargas Llosa, já vêm sendo apontados como candidatos óbvios há muitos anos. Em Setembro de 2008, quem se atreveria a sugerir que era mais provável que os dez milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros) fossem parar ao bolso de Le Clézio do que ao do autor de Pastoral Americana ou Conspiração Contra a América ?

Olhando para a história do prémio fica mesmo a sensação de que a Academia tem um certo prazer perverso em frustrar expectativas e avançar com um nome de que ninguém esteja à espera. Pode ser que daqui a alguns anos, quando já ninguém acreditar que Roth, Vargas Llosa ou Fuentes venham algum dia a ser laureados, um deles acabe mesmo por ser. Mas mesmo isso não é certo. Basta pensar em alguns escritores que morreram sem nunca receber o Nobel da Literatura, como Joyce ou Nabokov, para já não falar em Borges, que terá pago o preço de algumas controversas posições políticas pontuais.

Que a Academia Sueca gosta de criar ansiedade em torno do Nobel da Literatura, sugere-o também o facto de ser este o prémio cuja data de divulgação é anunciada mais tarde. Já se sabe que os próximos prémios Nobel da Medicina, da Física, da Química, da Paz e da Economia serão respectivamente anunciados nos dias 5, 6, 7, 9 e 12 de Outubro. Se se cumprir a tradição, o da Literatura deverá ser conhecido numa quinta-feira, o que poderia apontar para 8 de Outubro, mas essa é apenas uma hipótese.

Além dos autores já referidos, podia citar-se uma lista virtualmente infindável de potenciais nobelizáveis. Umberto Eco, Salman Rushdie, Milan Kundera, Cormac McCarthy, Amos Oz ou Paul Auster, por exemplo, para citar apenas alguns dos nomes que a Lusa adianta. Mas com a Academia Sueca, as únicas especulações que podem ter algum fundamento são as negativas. Ou seja, é improvável que ganhe um autor francês, uma vez que Le Clézio recebeu o prémio em 2008, e não parece também demasiado provável que a escolha volte a recair num britânico, depois de Harold Pinter e Doris Lessing terem sido escolhidos, respectivamente, em 2005 e 2007.

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