Roger Waters quer ver mais um muro derrubado, desta vez usando o YouTube

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O documentário de Roger Waters deve chegar hoje ao YouTube Lucas Jackson/REUTERS

A ideia surgiu há três anos, quando Waters se dirigiu a Israel para tocar perante 50 mil pessoas. “Já tinha visto fotografias, já tinha ouvido falar muito dele, mas só quando o vemos é que nos damos conta do opressivo que é, e do triste que é ver toda a gente a passar por esses pequenos buracos. É uma loucura”, disse na altura.

Agora, um documentário de 15 minutos intitulado "Walled Horizons" (“Horizontes Murados”, numa tradução livre) fala sobre o muro que Israel começou a construir em 2002.

A história é narrada pelo próprio Waters, que começa dizendo “Olá, sou o Roger Waters. Sou inglês. Sou compositor e já escrevi muito sobre muros internos e externos ao longo da minha carreira. Sempre me despertou um grande desejo perceber o porquê desses muros. E as causas são sempre o medo”.

O realizador do documentário, o finlandês Yohan Eriksson, afirma que esta curta-metragem “é, em primeiro lugar, um lembrete do Tribunal Internacional de Justiça, que disse que não se pode construir uma cerca no quintal do vizinho”.

A “barreira de segurança”, como é conhecido este muro, foi construída por Israel em 2003 e teve como objectivo, segundo o Governo israelita, defender o país dos ataques vindos da Cisjordânia. Com uma extensão final prevista para 2010, de 721 quilómetros, o muro conta já com mais de 400 quilómetros construídos. Em 2004, o Tribunal Internacional de Justiça considerou ilegal a “barreira de segurança”, nota que o Governo de Ariel Sharon ignorou.

Durante o documentário, Roger Waters afirma que fica horrorizado com “o pensamento de viver numa prisão gigante”. Enquanto diz isto, pinta o muro com as famosas palavras "We don’t need no thought control", um dos mais célebres versos da música “Another Brick In The Wall”, do álbum "The Wall", de 1979.

Mas, pelos vistos, "The Wall" é afinal um lembrete para todo e qualquer muro no mundo que divida povos e nações. E a “barreira de segurança” não é excepção.

Notícia corrigida às 16h38
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