Nominalmente, "Blood: O Último Vampiro" é um "remake" de imagem real da animação de culto que Hiroyuki Kitakubo dirigiu em 2000 a partir de um conceito de Mamoru "Ghost in the Shell" Oshii, sobre uma samurai teenager imortal caçadora de demónios por conta de uma agência super-secreta. Não foi, à altura, outro "Akira", mas bastou para que, quase dez anos depois, o francês Chris Nahon ("O Beijo Mortal do Dragão") se abalance a esta adaptação malfadada a meio caminho entre o filme de terror e a aventura de artes marciais. E malfadada porque vale tudo ? desde alguns bons combates de kung-fu coreografados por Cory Yuen a alguns dos piores efeitos especiais que já vimos, passando por um inspiradíssimo design visual (parte "Blade Runner"-retro-"trash", parte exotismo de pechisbeque BD), por alguns dos mais inexplicavelmente frenéticos movimentos de câmara desde as gruas loucas de "Amália" e pela completa ausência de lógica narrativa ou mesmo de simples história. "Blood" é indescritivelmente mau ? e não dentro da estética tão-mau-que-é-bom.