Estreia na realização do desenhador galego Miguelanxo Prado, "De Profundis" é uma peculiar experiência audiovisual - uma fantasia animada a partir de quadros a óleo, sem diálogos e uma banda-sonora orquestral a ilustrar esta história de um artista que, naufragando num barco de pesca, descobre os mundos submarinos que até aí só imaginara.
O tom é onírico e a animação propositadamente artesanal, mas infelizmente a ousadia da proposta dilui-se assim que compreendemos que a partitura de Nani García é demasiado convencional para complementar a poesia das imagens e que o fio condutor imaginado por Prado não consegue sustentar uma duração de longa-metragem. É, ainda por cima, uma estreia razoavelmente extemporânea, visto que "De Profundis" data de 2006, e um tanto ou quanto vã, pois já viu edição entre nós em DVD (numa edição especial disponibilizada com o livro tirado do filme).
Em complemento, a curta de Juan Pablo Etcheverry "A Maior Flor do Mundo" adapta com sensibilidade um pequeno conto de José Saramago.
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