Ana Gomes chama “maratonista da demagogia” a Paulo Rangel
“Nós, europeus e socialistas tivemos a coragem de trazer o imposto europeu a esta campanha”, começou por afirmar a eurodeputada Ana Gomes, lembrando o “aproveitamento mentiroso” do tema feito pela direita. “Mas esta manhã vimos no Jornal de Negócios Paulo Rangel a dizer que não estava fechado à hipótese”, frisou.
Mas depois veio o desmentido do próprio: “A longo prazo, disse, citando o americano John Keynes que por acaso até é inglês”, acrescentou Ana Gomes, arrancando uma gargalhada à assistência que enchia o cineteatro Charlot.
Vital Moreira, em tom mais sério, pegou na deixa para lançar a dúvida sobre o que quer o PSD para o país e para a Europa. “Não sabemos já se o PSD continua a ser uma tábua de sustentar prego na construção europeia”.
No seu discurso, o cabeça de lista do PS apostou a desconstrução do principal partido rival, na Europa e no país. Porque, sublinhou, “o PSD declarou guerra ao Estado social”. Porque, sustentou, ao defender o sistema misto para a educação e a saúde, e a privatização parcial da segurança social, o resultado é que “pagaríamos todos as clínicas privadas para os ricos, as escolas para os ricos e a segurança social de ode os ricos tinham saído”.
Estava repetida a fórmula política que Vital Moreira tem teorizado nos últimos dias: “O PSD é o PCP da direita, deixou de ter programa de Governo, é o partido do contra”. E está, sublinha, “cada vez mais à direita”, ao mesmo tempo que “a extrema-esquerda cada vez mais radical”.
Um bom motivo para regressar à lição que o professor ensina por onde passa. No Parlamento Europeu, avisa, só há três famílias políticas: o PSE, onde só estão os socialistas, o PPE, onde estão o PSD e o CDS-PP, e a Esquerda Unida, onde se “casaram” PCP e BE. “Não sei se eles gostam de votar uns nos outros, mas lá que votam, votam”, frisou.
No jogo das semelhanças dos partidos da oposição, o ministro Vieira da Silva foi ainda mais longe. “Temo-los visto lado a lado, PSD e CDS, nas manifestações do dr. Nogueira. Eles têm a mesma agenda. São contra a avaliação de professores e contra todas as reformas de que Portugal precisa”.