Paulo Rangel assume visão federalista sobre a Europa
“Quando falo em federalismo, não vejo ninguém em Portugal classificar-se como federalista”, afirmou, em jeito de provocação, sendo de imediato confrontado por um dos participantes com o nome de Mário Soares. “Pronto, é a única pessoa que eu vejo. E já o felicitei várias vezes por isso. E ele também me felicitou a mim”, reagiu.
Em noite de amena troca de ideias, o candidato social-democrata revelou, depois, que se enquadra na sensibilidade mais à direita do partido em que milita. “O PSD está à esquerda do Partido Popular Europeu (PPE), mas eu estou à direita do PSD. Portanto, eu estarei mais no centro do PPE”, afirmou.
Favorável à ideia de uma assembleia constituinte para a elaboração de uma futura Constituição europeia, Rangel salvaguardou que essa via não substituiria um referendo sobre o texto constitucional. “A adesão de Portugal à CEE deveria ter sido referendada, não tenho dúvidas sobre isso. Mas também acho que a Constituição deveria ter sido referendada e não foi”, observou. Quanto ao Tratado de Lisboa – que tanta controvérsia gera por não ter sido referendado tal como tinha sido proposto por vários partidos, incluindo o PSD – Rangel disse ser aceitável que não se tivesse avançado para o referendo, convergindo , assim, com a posição da actual líder do partido, Manuela Ferreira Leite.