Sente-se alguma amargura quandose sai do optimismo de "Star Trek".É diferente do optimismo, naverdade, é saudade do optimismo.Visto agora, em cenário de criseglobal, este pedaço de puro"entertainment", cheio de efeitos devertigem, faz mesmo trabalhar noespectador, a médio prazo - ou seja,após o visionamento -, umadisposição para a gravidade.
Esqueça se gosta(va) ou não dasérie televisiva e dos filmes que se lheseguiram. "Star Trek" por J. J. Abramsvem de outro lado. A sua família é ocinema americano do final dos anos1970, princípio dos anos 80, queredimensionava o mundo à medidado subúrbio, que se cerrava à volta dafamília (quase sempre mãe e filhos; opai estava ausente - como está aqui) aolhar para o espaço. "Star Trek" vemde "Star Wars", "ET", "EncontrosImediatos do Terceiro Grau". Nãoparece um "American Graffiti" noespaço? Foi para esses filmes, deSpielberg e de Lucas, que J. J. Abramsdirigiu o seu afecto. É afectividadeque ele devolve, agora, e é isso o quedistingue o seu filme do habitualformato. Esqueça se gosta(va) ou nãoda série televisiva e dos filmes que selhe seguiram - e esqueça também ovilão de serviço (Eric Banna) e oconvidado especial Leonard Nimoy,estão ambos apenas a cumprirfunção.