Brasil elogia decisão de Portugal de adoptar Acordo Ortográfico este semestre

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As declarações de Pinto Ribeiro a que Juca Ferreira se referia foram feitas quinta-feira em Cabo Verde Nuno Ferreira Santos (arquivo)

"O ministro Pinto Ribeiro tem demonstrado compreender a importância do Acordo Ortográfico para o fortalecimento da língua portuguesa no cenário internacional e nos nossos países, o que facilitará o intercâmbio e a acumulação cultural", afirmou Juca Ferreira.

No último dia 12, Pinto Ribeiro afirmou, na Cidade da Praia, que as instituições oficiais em Cabo Verde e em Portugal deverão adoptar as novas regras ortográficas até ao final do primeiro semestre deste ano. Para o Governo brasileiro, a entrada em vigor da reforma da língua em Portugal é decisiva para o sucesso do Acordo Ortográfico.

Segundo Juca Ferreira, Brasil e Portugal têm planos para trabalhar juntos no fortalecimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e, neste sentido, a entrada em vigor da reforma da língua em Portugal é muito importante. No Brasil, disse o governante, a avaliação do Governo dos dois meses e meio da entrada em vigor das novas regras da ortografia da Língua Portuguesa é muito positiva, pois não houve nenhuma objecção colectiva ou movimento contrário ao Acordo Ortográfico.

Documento de orientação

O Governo aguarda agora o lançamento, no próximo dia 19, da quinta edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), que incorpora as novas normas, para preparar um documento de orientação sobre a aplicação do Acordo Ortográfico. Esse documento deverá ser distribuído a professores e directores das mais de 200 mil escolas públicas do país ainda este semestre.

Segundo a Academia Brasileira de Letras, responsável pela elaboração do Volp, a nova edição, de 887 páginas, contém 349.737 vocábulos listados em ordem alfabética, além de cerca de 1500 estrangeirismos que aparecem ao final da obra. Foram adoptadas 15 medidas para suprimir dúvidas ou possíveis ambiguidades no texto do Acordo Ortográfico.

Em Portugal, o Vocabulário Ortográfico com as novas regras ainda está por produzir. O Governo português não fez ainda qualquer solicitação à Academia das Ciências de Lisboa nesse sentido. As mudanças ortográficas modificam 1,42 por cento do vocabulário em Portugal, e 0,43 por cento no Brasil.

As principais mudanças na ortografia brasileira são a extinção do trema, a inclusão das letras K, Y e W no alfabeto, o fim do acento em ditongos abertos e do hífen em várias palavras compostas. Dos oito países da CPLP, quatro já ratificaram o texto - Brasil, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Portugal, faltando ainda Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste.