Antigo Presidente israelita acusado de violação
Moshé Katzav, 63 anos, de origem iraniana, foi forçado a demitir-se em 2007 após várias mulheres que trabalharam com ele na presidência e no Ministério do Turismo o acusaram de assédio, conduta indecente e, num dos casos, de violação.
Esta última acusação acabaria por ser retirada pelo Supremo Tribunal, quando Katzav renunciou à presidência. O dirigente do Likud seria apenas perseguido por assédio, conduta indecente e suborno de testemunha.
Nos termos desse acordo, o antigo Presidente, que tinha sido eleito para o cargo em 2000, seria condenado a uma pena suspensa e a compensar monetariamente as vítimas.
Mas quando o processo começou, em Abril de 2008, Katzav disse que queria demonstrar a sua inocência e anulou o acordo que fizera com a Justiça. O procurador-geral, Meni Mazuz, avisou-o então de que se expunha a acusações muito mais graves. Se a acusação de violação vier a ser dada como provada, Katzav poderá ser condenado a uma pena até 16 anos de prisão.
“A decisão de o inculpar [a Katzav] só foi tomada após o procurador-geral e o procurador do Estado terem concluído que os testemunhos das queixosas eram fiáveis e que a provas suficientes para uma acusação”, refere o comunicado do Ministério da Justiça, divulgado hoje.
Os investigadores hesitaram quanto à credibilidade do testemunho da mulher que se queixa de violação, no tempo em que Katzav era ministro do Turismo e que está na origem de toda a investigação, que foi tornada pública em 2006. Mas a coincidência dos testemunhos de pessoas próximas da queixosa acabaram por levar o Ministério Público a avançar no sentido da acusação, revela o diário israelita Ha’aretz.
Katzav foi eleito Presidente em 2000, derrotando Shimon Peres, que o substituiu em 2007.