A tese que "A Onda" tem paradefender (o fascismo é "fácil", bastaum estalar de dedos) até pode serválida mas não é este filme que aprova. Esquemático, retórico,apressado, constrói um pequenofascismo de trazer por casa (ou detrazer pela escola), que tem mais aver "gangs" juvenis ou comsectarismos de tipo clubístico doque com outra coisa qualquer, edepois diz "tenham medo". Ofenómeno é reduzido a umamacaquice de imitação, semqualquer profundidade política (nãohá uma única ideia política em "AOnda"). Parece-nos que o fascismo ea sua constituição não sãosimplificáveis a este ponto,pelo menos sem que se tornem nasua própria anedota. De resto,justificar o fascismo através deadolescentes desorientados édemasiado fácil; mostrar comoadultos inteligentes podem serseduzidos por ele seria tarefa maisexigente e mais útil.
Seacrescentarmos que "A Onda" semexe como um telefilme insípidotemos o quadro completo: umdaqueles filmes que falam muito altomas não dizem coisa com coisa.