W.

Se excluirmos a figura de um presidente amado, Kennedy, os filmes sobre Nixon e George W. Bush são filmes sobre presidentes não amados. E no entanto mostram uma generosidade em relação à figura biografada que tem originado reacções de surpresa. Para alguns denotam mesmo intenções revisionistas - foi assim com o filme sobre Nixon, volta a ser assim com o filme sobre Bush. Não é revisionismo, parece-nos. É aquilo de que falávamos: uma disponibilidade para entender uma era e enchê-la de ecos de uma história íntima. Em que o pai - confronto, amor-ódio - é a figura decisiva de um drama americano arquetípico. Isso é evidente em "Nixon" e em "W.". O que falta a "W." é a energia de catarse. Bush não tem a densidade trágica de Nixon - Stone escolhe, aliás, um registo pícaro que tem poucas consequências; para além disso, o filme, ao querer estar em cima do acontecimento, factura em imediatismo o que perde em peso simbólico.

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