“Liedshow” dá mais três pontos e o terceiro lugar ao Sporting
Voltando à Figueira da Foz. Contava a história que os “leões” nunca ali tinham perdido; contam os registos recentes que a Naval ainda estava invencível em casa – e já teve como visita no Municipal José Bento Pessoa adversários ilustres como o FC Porto.
Num jogo vivo, mas não bonito, o Sporting foi mais forte na intenção de manter a tradição. E por isso, justamente, ganhou. Sem brilhantismos, mas com a eficácia de Liedson. O triunfo começou a desenhar-se aos 14’. Derlei, no meio-campo, recuperou uma bola e deu-a para Liedson, apanhando o adversário em contrapé. O “Levezinho” retribuiu e Derlei, numa corrida desmesurada até à área, com uma escorregadela pelo meio, conseguiu devolver ao 31, que, na cara de Peiser, não falhou. Estava feito o resultado final.
Pouco depois, aos 23’, começou a “saga Caneira”. O número 12 do Sporting tocou a bola com a mão dentro da área. Grande penalidade. Lazaroni escolheu o lado esquerdo e bateu fraco. O jovem guardião leonino escolheu o mesmo lado e defendeu. O lance resume a exibição da Naval frente aos vice-campeões: disciplicentes e com medo de fazer melhor. Até porque ficou a ideia de que, contra nove, conseguiriam. Mas esta fora mesmo a grande oportunidade da Naval em todo o jogo.
O resto da primeira parte resume-se às grandes defesas de Peiser, a remates de Liedson (34’) e Izmailov (35’). Passados dez minutos sem acontecimentos de registo, os jogadores recolheram aos balneários e voltaram com uma dose de agressividade que até então não fora vista. Seis cartões amarelos e dois vermelhos foram o pecúlio de duas equipas que espalhavam nervosismo à medida que o cronómetro avançava.
Duas expulsões no SportingAos 54’, Derlei, com uma entrada dura sobre Alex Hauw, complicou o que começava a parecer fácil. Foi expulso e levou Ulisses Morais, em superioridade numérica, a arriscar. Tirou um lateral e lançou um avançado, ao mesmo tempo que refrescava o meio-campo. Dez minutos depois, a “saga Caneira” conhece o segundo capítulo. O internacional português perdeu a bola para Simplício e só a conseguiu recuperar numa falta por trás. Como mandam as regras, o árbitro mostrou o segundo cartão amarelo - o Sporting ficava reduzido a nove unidades e levava a Naval a acreditar que era possível inverter o resultado.
E os da Figueira acreditaram. Como era sua “obrigação”, instalaram-se no despovoado meio-campo leonino. E, como se não bastasse, Diego Ângelo fez uma falta atacante que deixou Abel fora de jogo e o Sporting sem laterais. A alternativa encontrada por Paulo Bento foi o jovem Adrien. Pereirinha recuou para a direita, Miguel Veloso para a esquerda. A espaços, quer Moutinho quer Liedson inventavam contra-ataques preciosos, que afastavam a bola das imediações da baliza de Rui Patrício.
O Sporting aguentava-se como podia. Soube sofrer e, em casos mais extremos – que normalmente eram apenas cruzamentos -, estava lá Rui Patrício ou a falta de pontaria dos navalistas. Aos 94’, o apito de Soares Dias soou a alívio no banco dos leões, que aproveitaram assim o empate do Marítimo para subir ao terceiro lugar. Valeu a capacidade de sofrimento e, claro, valeu Liedson.
Ficha do jogoEstádio José Bento Pessoa, na Figueira da Foz
Assistência
4.421 espectadores
Naval
Peiser, Carlitos (Baradji, 74’), Paulão, Diego, Daniel Cruz (Marcelinho, 59’), Lazaroni, Davide (Dudu, 59’), Alex Hauw, Simplício, Bolívia e Marinho
SportingRui Patrício, Abel (Adrien, 72’), Polga, Daniel Carriço, Caneira, Miguel Veloso, Izmailov, João Moutinho, Hélder Postiga (Pereirinha, 62’), Derlei e Liedson
ÁrbitroArtur Soares Dias, do Porto
AmarelosCaneira (24’ e 67’), Rui Patrício (37’), Hélder Postiga (60’), Diego (71’), Baradji (85’), Alex Hauw (89’) e Pereirinha (90+2’)
VermelhosDerlei (55’) e Caneira (67’)
Golo0-1, por Liedson, aos 15’
Notícia actualizada às 23h26