"A suspensão das actividades do Exército de Mahdi será ilimitado no tempo e todos aqueles que não respeitarem esta ordem não poderão ser considerados como membro do grupo", declarou Moqtada al-Sadr num comunicado publicado pelo seu “gabinete político”, em Najaf, a 160 quilómetros a sul de Bagdad.

O seu porta-voz tinha anunciado no dia 8 de Agosto o desmantelamento do Exército do Mahdi se o acordo negociado actualmente entre Bagdad e Washington previsse uma retirada total do Iraque por parte das tropas americanas.

Criado em 2003 por al-Sadr — fervoroso nacionalista, descendente de uma das mais influentes dinastias religiosas do Iraque —, o Exército de Mahdi conta com milhares de elementos, muitos oriundos do subúrbio xiita de Sadr City, o seu principal bastião.

Em 2004 e 2005 o grupo esteve envolvido em duas rebeliões contra as forças norte-americanas, mas em 2006 Sadr tinha aceite integrar o Executivo de coligação liderado pelas principais formações xiitas. Já em Abril de 2007, o líder radical retirou os seus seis ministros do Governo, depois de o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, se ter recusado a apresentar um calendário para a retirada das forças estrangeiras. Em Setembro do ano passado, o movimento desvinculou-se definitivamente da coligação governamental.

Esta notícia da suspensão das actividades do Exécito do Mahdi acontece no mesmo dia em que se fica a saber que o Exército americano irá transferir o controlo da província sunita de Al-Anbar, antiga província insurrecta, a oeste de Bagdad, para as forças iraquianas, na segunda-feira, indicou hoje à AFP o chefe de polícia da província, o general Tarek al-Doulaimi.

"O dia 1 de Setembro é a data oficial para a transferência do controlo da segurança de Al-Anbar das forças americanas para o comando militar iraquiano", declarou o general al-Doulaimi.