Chaves anuncia candidatura a Património Mundial da Humanidade

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Em Chaves foram descobertas termas romanas Paulo Ricca (arquivo)

O presidente da Câmara de Chaves, João Batista, referiu que o ano de 2008 marca uma viragem para a cidade, permitindo-lhe reunir as condições necessárias para a candidatura a Património Mundial da UNESCO. O autarca explicou que apenas este ano foi reconhecida a existência de um balneário termal romano, descoberto no decorrer de escavações arqueológicas realizadas no largo do Arrabalde, que é "considerado como um dos maiores da Europa". O balneário já foi alvo de uma candidatura a monumento nacional.

"Também só este ano foi aprovada a candidatura, no valor de dez milhões de euros, com vista à regeneração do centro histórico, o que vai permitir uma melhor funcionalidade desta zona da cidade", frisou.

Estes dois factos juntam-se aos vários monumentos nacionais e de interesse histórico existentes na cidade, desde a ponte romana, as termas de Chaves, o castelo, as muralhas medievais ou os fortes de São Francisco e de São Neutel. "Tudo isto junto permite-nos pensar que reunimos todas as condições para a nossa cidade ser classificada como Património Mundial da Humanidade", afirmou o autarca.

O grande objectivo da câmara é, segundo João Batista, o "reconhecimento internacional da cidade e do património de Chaves, o reforço da identidade e o desenvolvimento sustentável".

Segundo o autarca, será aprovada na próxima reunião camarária, a realizar quinta-feira, a comissão executiva da candidatura, que será liderada pelo arqueólogo Sérgio Carneiro. Será ainda constituída um conselho consultivo e uma comissão de honra presidida pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o primeiro-ministro, José Sócrates, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

O primeiro passo "deste longo caminho" passa pelo reconhecimento por parte do Estado português e inclusão de Chaves na lista identificativa do Estado de sítios património mundial. "Desde que a nossa candidatura seja aceite há um período mínimo de dois anos para uma decisão final", salientou o autarca.

Em Portugal já existem 12 locais que integram a lista da UNESCO, desde os centros históricos do Porto, Évora ou Guimarães ao Alto Douro Vinhateiro.