Morreu Yves Saint Laurent, rei da alta-costura
Nascido em Oran, na Argélia francesa, o lendário costureiro saiu de casa aos 17 anos, tendo ganho um prémio de estilista aos 18 e, nesse mesmo ano, entrou para a casa Dior, que acabaria por recuperar financeiramente, após a morte do fundador, em 1957. Saint Laurent atingiu fama instantânea em 1958, aos 21 anos, quando apresentou a sua colecção Trapeze, a primeira a seguir à morte do mestre. E ao contrário de outros estilistas, conseguiu manter-se actualizado, nota o "New York Times", ao longo de várias gerações.
Nos anos 1960, Yves Saint Laurent desenhava já roupas que reflectiam a mudança do papel das mulheres na sociedade: mulheres mais confiantes, pessoalmente e sexualmente, e activas no mercado de trabalho. Em 1962, com 26 anos, iniciou a sua própria empresa, a YSL, financiada pelo seu companheiro Pierre Bergé, com quem viveu até 1976. Viria a retirar-se da alta costura em 2002 e estava doente desde então. "Encontrei o meu estilo através das mulheres", disse um dia. "A força e vitalidade do meu estilo vem daí porque eu desenho sobre o corpo de uma mulher".
Yves Saint Laurent mudou para sempre a roupa de mulher introduzindo fatos com calças, casacos de safari e camisolas, disse ontem à noite uma especialista em moda da BBC Razia Iqbal. Reconhecido como um grande inovador, ajudou a revitalizar a alta-costura ao mesmo tempo que produzia roupa para vestir no dia-a-dia. "França perdeu não apenas o seu maior costureiro mas também um ícone cultural", disse Razia Iqbal. Vestiram-no Catherine Deneuve, Paloma Picasso, Lauren Bacall e muitas mais mulheres elegantes e felizes.