A felicidade, segundo Harvard

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É um tema que atrai igualmente uma legião de “gurus”: da espiritualidade, às terapias tradicionais e alternativas e até ao “coaching”. O presente livro não encaixa nesse quadro. O autor lecciona em Harvard os cursos de Psicologia Positiva (uma nova corrente que ganha cada vez mais adeptos) e de Psicologia da Liderança, dois cursos altamente populares entre os executivos (têm mais de 1400 alunos inscritos anualmente).

Ao ler este livro percebemos a razão dessa popularidade. Quem não gostaria de aprender a ser mais feliz? Com base na sua investigação académica e experiência profissional, Tal Ben-Shahar defende que a felicidade resulta da combinação do “prazer” (benefício presente) com o “significado” (benefício futuro). Ou seja, o autor não acredita que faça sentido sacrificar o bem-estar presente em nome do futuro mais radioso ou, em sentido inverso, gozar apenas os prazeres de curto prazo sem ambicionar ter uma vida significativa. Segundo Tal Ben-Shahar, as pessoas verdadeiramente felizes sabem conciliar ambas.

Para ilustrar este conceito, o autor criou uma matriz com quatro quadrantes. Num deles está o “competidor desenfreado” – pessoas que se esforçam muito no presente de forma a atingir um objectivo futuro (exemplo ser um campeão desportivo ou ter uma carreira muito bem sucedida). O problema é que quando se atinge esse objectivo, a felicidade revela-se efémera. Noutro quadrante está o “hedonista” – o que satisfaz os desejos imediatos sem pensar nas consequências futuras, até que esse prazer momentâneo deixa de gerar felicidade. Há também o quadrante do “niilista” – uma pessoa que vive amarrada ao passado e desistiu de procurar a felicidade. Esta, segundo o autor, reside no quadrante em que as pessoas são simultaneamente felizes agora e no futuro. Nas palavras do autor “atingir a felicidade duradoura exige que apreciemos a viagem na nossa rota em direcção a um destino que consideramos importante”.

Depois de definir o que é a felicidade e as componentes essenciais de uma vida feliz, o autor explica – na segunda parte do livro – como colocar essas ideias em prática na educação, no trabalho e nas relações. Na terceira e última parte o autor adiciona sete meditações sobre a natureza da felicidade e o seu lugar nas nossas vidas.

Aprenda a Ser Feliz

Autor: Tal Ben-Shahar

Editora: Lua de Papel

Páginas: 175

Preço: 13 €

Ranking 5 estrelas

O Melhor: O tema de felicidade está a ser cada vez mais estudado nas escolas de negócios. O autor ministra o curso de Psicologia Positiva (disciplina académica criada em 1998 por Martin Seligman), que hoje é o mais popular da Harvard University.

O pior: Há livros que pecam pelo excesso. Este – “a espinha-dorsal do curso sobre felicidade de Harvard” – peca por ser excessivamente resumido. Algumas ideias do autor – nomeadamente as voltadas para a acção – mereciam ser mais desenvolvidas.

PERFIL DO AUTOR

Tal Ben-Shahar é escritor, consultor e leitor na Universidade de Harvard, onde lecciona o curso de Psicologia Positiva (o mais popular desta universidade) e o curso de Psicologia da Liderança (o terceiro do “ranking”, com 1400 alunos inscritos). Tal Ben-Shahar tem um percurso de carreira invulgar. Foi campeão nacional de “squash” de Israel; campeão universitário desta modalidade nos Estados Unidos e um veterano das Forças Armadas israelitas. Hoje trabalha na organização pacifista David Project, é consultor em liderança de várias multinacionais e faz palestras sobre felicidade por todo o mundo. A nível académico, licenciou-se em Psicologia e Filosofia e doutorou-se em Comportamento Organizacional na Harvard University. Tal Ben-Shahar é dos principais doutrinadores da Psicologia Positiva – uma corrente que se foca mais nas fontes de saúde psicológica, do que nos traumas e doenças – lançada oficialmente como uma disciplina académica em 1998, por Martin Seligman, presidente da American Psyhcological Association.

www.talbenshahar.com/

LIVROS RELACIONADOS (TOP 5):

·“Tropeçar na Felicidade”, de Daniel Gilbert

·“Chega Aonde Quiseres”, de Michael Neill

·“Simplesmente Feliz”, de Stefan Klein

·“The How of Happiness”, de Sonja Lyubomirsky

·“Authentic Happiness”, de Martin Seligman

Por Jaime Fidalgo
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