Juiz rejeita que acidente da princesa Diana tenha sido encenado pela coroa britânica
“Não há provas de que o duque de Edimburgo, marido da Rainha Isabel II, tenha ordenado a morte de Diana e não há provas de que os serviços secretos ou qualquer outro órgão do Governo a tenham programado”, explicou o juiz, citado pela Reuters, antes de iniciar a leitura do resumo do inquérito, aberto a 2 de Outubro de 2007, no Tribunal de Londres, e no qual foram ouvidas mais de 250 testemunhas.
A tese de conspiração foi oficialmente apresentada pelo pai de Dodi Al Fayed, Mohamed Al Fayed, que garantiu que o príncipe Filipe era culpado pela morte de Diana e do seu namorado. De acordo com o milionário, dono dos armazéns londrinos Harrods, o seu filho ia anunciar em breve o casamento com Diana e esta esperava um bebé seu – dois factores “inconvenientes” para a coroa britânica, segundo o muçulmano, e motivos suficientes para os assassinarem.
A investigação no Reino Unido só começou dez anos depois do acidente, pois foi necessário aguardar que o processo judicial terminasse em França, país onde ocorreram os factos. À investigação francesa seguiu-se a da polícia britânica. Ambas concluíram que a morte de Diana e do seu companheiro, a 31 de Agosto de 1997 no túnel da Alma, em Paris, se deveu a uma combinação de dois factores: Henri Paul, motorista do Mercedes onde seguia o casal e que também acabou por morrer, conduzia com excesso de velocidade e sob efeito de álcool.
O júri do caso – que em apenas seis meses já custou 3,64 milhões de euros – terá de se pronunciar dentro de dias. Assim, o juiz responsável pelo processo reiterou que “não está em aberto a possibilidade de que Diana e Dodi tenham morrido num acidente encenado”. E deixou cinco hipóteses para o júri avaliar: simples acidente, acidente por culpa da condução negligente dos dois veículos envolvidos, por culpa do motorista do Mercedes, por culpa do Fiat Uno onde seguiam os paparazzi ou caso inconclusivo – se os elementos considerem que não dispõe de dados suficientes para decidir por unanimidade.
O júri, composto por seis mulheres e cinco homens, terá, igualmente, de precisar os factores que contribuíram para o acidente e que sustentam a decisão final. No entanto, o inquérito visa determinar as circunstâncias da morte, pelo que não haverá nem acusados nem condenação, salvaguardou Scott Baker.