Miguel Cadilhe diz que aeroporto na Ota fica "definitivamente posto de lado" após estudo da ACP

"Só se estivermos num país de surdos ou de insensatos [é que este estudo, encomendado pela ACP à Universidade Católica, não será tido em conta pelo Governo]", afirmou Cadilhe, que presidiu ao Conselho de Orientação Estratégica do trabalho.

Para o economista e ex-ministro, o estudo da ACP "é de tal modo forte e conclusivo que não deve nem pode passar despercebido" e, dadas as conclusões a que chega, a Ota fica "definitivamente posta de lado".

"Portela+1 [manutenção do Aeroporto da Portela, complementado por um segundo aeroporto auxiliar] é a melhor solução para Portugal e este estudo é absolutamente consistente a esse respeito", sustentou.

Para Cadilhe, o trabalho da Universidade Católica "está muito bem fundamentado" e "é conclusivo".

"A distância entre Portela+1 e todas as outras hipóteses é de tal modo grande que não deixa margem para dúvidas e até permite alguns descontos", afirmou.

Considerando que o relatório "é muito útil para o país", o economista destacou que o modelo ali preconizado "é uma hipótese evolutiva". "O objectivo é que, mais tarde, daqui a muitos anos, o +1 possa vir a ser o aeroporto principal", explicou.

"E - acrescentou - o que Portugal precisa é de muitos anos porque, tal como para uma família, fazer uma grande despesa hoje ou daqui a 20 ou 25 anos não é a mesma coisa, já que então o país terá outras posses e outro nível de desenvolvimento, com necessidades sociais e económicas já satisfeitas".

Destacando a importância deste "diferimento do tempo", Cadilhe sustentou que o país pode assim "respirar e ganhar outro estofo financeiro para fazer grandes investimentos".

"Tudo somado e ponderado, a grande vantagem é que Portela+1 é um projecto muito mais económico e com muito mais vantagens do ponto de vista social do que qualquer uma das outras hipóteses", concluiu.

Relativamente ao estudo encomendado pelo Governo ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que será concluído até final do ano, Miguel Cadilhe diz esperar "que tenha a consistência própria do nome do laboratório".

"Admiro e respeito o Laboratório Nacional de Engenharia Civil há muitos, muitos anos e espero que o estudo, salvo se foi feito sob constrangimentos, vá ser conclusivo e releve devidamente este estudo da Universidade Católica", referiu.