Planeta terror

Já que a metáfora sexual em "ÀProva de Morte" era tão evidente - o"serial killer" atirava-se às mulheres,ao volante do carro, para as espatifar-, reconheçamos que faltava"jouissance" ao filme de QuentinTarantino. Porque Tarantino estavatão preocupado com a"performance" que se esquecia denos fazer gozar. Como RobertRodriguez é um realizador que nãoparece encarar cada filme que fazcomo uma proeza inultrapassável, éno seu "Planeta Terror", o filme quecompleta a sessão dupla"Grindhouse", que está o gozo.

É em"Planeta Terror" que a ideia de criaruma bolha de tempo - projectar oespectador para o "exploitation","blaxploitation", o "gore" e todoo restante e povoado submundo quenasceu como um cogumelo nos 70s -deixa de ser apenas uma autoconscienteoperação de "galeria dearte", e algo que se admira àdistância, para ser algo maispulsional. E mais perto de nós.(Rodriguez também é "pequeno"face ao "enorme" Tarantino.)Não seatrasem para a sessão, porque antesde chegarmos a Rose McGowan e àsua fetichista perna, já uma dasfiguras do ano (mas há mais,reparem no médico interpretadopor Josh Brolin...), mesmo antes dodelirante cruzamento entreCarpenter e Romero que é este"Planeta Terror", há aquele (falso)"trailer", "Machete", realizado pelopróprio Rodriguez, que se diz podervir a dar uma longa-metragem.

Quando se começa assim um filme,driblando o "pastiche"... É claro,nada de reavaliar excessivamente oque Rodriguez fez para trás. Hácasos assim, de inesperados rasgos.

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