Sp. Braga passa no teste europeu com uma goleada à moda antiga
O resultado premeia uma exibição dominadora, executada a alta velocidade e com escassos erros dos jogadores do Sp. Braga. E penaliza o jogo cauteloso da equipa sueca, que veio para preservar a vitória da primeira mão e só por três vezes chegou perto da baliza adversária.
Jorge Costa avisou na véspera que queria expiar os pecados do Sp. Braga com a passagem à fase de grupos da Taça UEFA. Lançou o aviso ao plantel, colocou a fasquia no máximo e exigiu resposta adequada no jogo com o Hammarby, escape ideal para uma época abaixo das expectativas. Percebeu-se que era um tudo ou nada, que o treinador não ia permitir ambivalências em matéria de atitude em campo e que estava em discussão o próprio projecto de Jorge Costa.
Por isso o Sp. Braga entrou em campo cheio de autoridade e com uma vontade asfixiante de chegar ao golo. Sem contar com a recepção ao Estrela - a partida em que o Sp. Braga esteve mais de 80 minutos em desvantagem e na qual Jorge Costa dedicou a vitória a quem não acreditava nela ao intervalo -, nunca se viu, esta época, a equipa tão empenhada em mostrar serviço.
Na prática, os minhotos entraram com “gás”, carregaram com tudo pelas faixas (sobretudo pela esquerda) e só não chegaram ao golo antes do intervalo por causa do nervosismo que os jogadores revelavam na finalização. Só o lateral César Peixoto dispôs de três oportunidades para desfeitear o adversário sueco, numa das suas incontáveis subidas. A primeira, logo a abrir, passou ao lado; a segunda foi um “petardo” disparado do meio-campo; e a terceira um remate em jeito após um canto. Na última investida, o lateral esquerdo quase raspou a trave de Magnus Moussan, silenciando os 300 adeptos suecos presentes no Estádio Axa.
Também Zé Manel, Jorginho e Vandinho cheiraram o golo. Mas foi preciso chegar o intervalo para o Sp. Braga desbloquear a tremideira na hora de rematar. Ainda a equipa do Hammarby andava à procura dos melhores posicionamentos quando os portugueses chegaram ao golo. Aos 46’, Wender deu o melhor seguimento possível a uma jogada pensada por Vandinho e abrilhantada por Jorginho, traindo o guarda-redes do Hammarby num remate-cruzado.
Pela primeira vez a competir na Taça UEFA, e por via do sucesso na Intertoto, o Hammarby já tinha mostrado bons indicadores em contra-ataque, daí a vantagem de 2-1 da primeira mão. Mas os predicados dos suecos não foram suficientes para incomodar a baliza do Sp. Braga. Na primeira parte, o Hammarby ainda tentou compensar com querer o que lhe faltava em talento, com Zengin a aparecer algumas vezes na área e a atirar à figura ou ao lado dos domínios de Dani Mallo. O mesmo Zengin deu outro ar de sua graça no tempo complementar, sobretudo aos 66’, quando obrigou o guardião galego a defesa apertada. Mas o futebol dos seus companheiros não o acompanhou, o que permitiu que o Sp. Braga se motivasse para uma goleada.
Na primeira intervenção em campo, o extremo Hussaine tirou um cruzamento da esquerda e Jorginho apareceu determinado para bater de cabeça o guarda-redes Moussan. Depois, foi Linz quem ampliou a contagem dos minhotos na transformação de uma grande penalidade, provocada por entrada dura sobre Hussaine (79’). E o mesmo Hussaine teve fôlego para sentenciar o jogo já no período dos descontos, prolongando até ao fim a emoção na “pedreira”. João Pereira começou o lance, a bola foi para a área, Castanheira tabelou com Hussaine e o extremo atirou cheio de peito para o fundo da baliza.