Mas Delpy faz por sublinhar a sua "persona": avança na sexualidade (é um universo mais agressivo do que o de Linklater) e recua no romantismo. Um híbrido cultural - é francesa e é também americana -, Delpy põe os óculos de cepticismo de Woody Allen (os diálogos põem também esses óculos), assume-se um "clown" no feminino, junta à mistura a deambulação sentimental e cultural da "nouvelle vague", algo que já estava no díptico de Linklater, e rodeia-se de familiares e ex-amantes para fazer passar a sua mensagem: o amor não é para sempre. É verdade que o filme não se aguenta sem mácula: em vez de o deixar desaguar, Delpy precipita-se e força o resultado. Mas com tanta comédia romântica que parece ter sido feita sem que estivesse alguém atrás da câmara de filmar, porque não uma anticomédia romântica imperfeita como tudo aquilo que não é formatado por uma máquina?
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