Obra integral de Roberto Rossellini na Cinemateca a partir de dia 30
Organizado pelo Instituto Italiano de Cultura de Lisboa, a Embaixada de Itália em Portugal e a Cinemateca Portuguesa, o ciclo apresentará mais de 50 filmes do realizador, com projecções diárias de segunda-feira a sábado até finais de Março, indicou hoje o Instituto Italiano em comunicado.
A retrospectiva, que se realiza 30 anos após a morte do cineasta e será acompanhada da edição de um catálogo, contou ainda com a colaboração do Centro Sperimentale di Cinematografia della Cineteca Nazionale Italiana e da Fondazione Roberto Rossellini.
O ciclo abrirá com a chamada "trilogia da guerra", composta pelos filmes "Roma, Cidade Aberta" (1945), "Libertação" (1946) e "Alemanha, Ano Zero" (1948) e retomará, em seguida, a ordem cronológica, com os filmes realizados durante o período do fascismo, passando por todas as fases que a obra do cineasta atravessou, até à "fase da televisão".
Roberto Rossellini foi um pesquisador, cujos filmes estiveram no centro de algumas revoluções estéticas, mas que nunca se deixou limitar por estereótipos e correntes estéticas a que a sua obra foi sendo associada.
Um dos grandes nomes do neo-realismo, com "Roma, Cidade Aberta", depressa se afastou dele, com "Stromboli", e, na fase final da sua obra, afastou-se do próprio cinema, pelo facto de as exigências deste - tanto as artísticas como as comerciais - já não o satisfazerem.
Acabou por se virar para a televisão, dedicando-se a um projecto que ocupou os últimos 15 anos da sua obra, uma espécie de longa história filosófica da humanidade, uma viagem pela evolução das ideias e do conhecimento.
A sessão de abertura da retrospectiva contará com a presença do presidente da Cineteca Nazionale de Roma, Sergio Toffetti, e da produtora cinematográfica Silvia D´Amico, e a de encerramento com o presidente da Fondazione Rossellini, Adriano Aprá, e o filho do realizador, Renzo Rossellini.