Açores: Quercus alerta para "défice" de participação dos partidos da oposição no ambiente
Num balanço de 2006, a associação refere que este "défice" passa "em primeira linha pelos partidos da oposição, percorrendo transversalmente toda a sociedade civil".
Apesar de registar uma "evolução muito positiva" na actuação da secretaria regional do Ambiente e do Mar em relação à última década, a Quercus refere que "a principal limitação corresponde à insuficiente pressão da opinião pública e participação dos cidadãos".
"No essencial não se trata de 'deficit' democrático de quem nos governa, mas mais na incipiente participação pública e na aceitação por parte do Governo dos resultados desta fraca participação", sustentam os ambientalistas, em comunicado.
Para o núcleo de São Miguel da Quercus, apesar da secretaria da tutela e o Governo Regional dos Açores contarem com "várias personalidades com experiência" na área do ambiente, aquele órgão governativo "continuou a ser ultrapassado por interesses de outros sectores".
Na análise ao ano que agora termina, a associação aponta ainda que 2006 foi de "inadmissível prolongamento da hibernação" de planos e projectos.
"Inúmeros foram os planos públicos já elaborados à espera de regulamentação e implementação", observa a Quercus.
Os ambientalistas classificam, por outro lado, de casos "caricatos" o "corte raso" das árvores da Avenida Príncipe do Mónaco, em Ponta Delgada, São Miguel, considerando tratar-se de "uma operação de decepar um património histórico e paisagístico".
Como os melhores factos ambientais deste ano, a Quercus elege a "importante vitória" de aprovação em Setembro do Sistema Integrado para a Gestão de Resíduos nos Açores (SIGRA) e o facto de estar "quase pronto" o projecto de decreto-lei para "reformatar, pela positiva", todas as áreas protegidas dos Açores.
O núcleo de São Miguel da Quercus salienta também os "avanços significativos" na exportação de resíduos para reciclagem no continente.
A Quercus faz ainda os seus votos para 2007, esperando que o próximo ano represente "a reabertura da viabilidade financeira" de todos os "bons projectos".