Sudão poderá aceitar já amanhã uma força conjunta da União Africana-ONU no Darfur

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O emissário da ONU para o Sudão diz que o Governo de Cartum irá responder proximamente, por escrito, ao pedido de Annan Philip Dhil/EPA

“Poderemos receber amanhã luz verde do Presidente Omar al-Béchir para um cessar-fogo total no Darfur, um esforço renovado para levar todas as partes à mesa de negociações e a mobilização de uma força híbrida UA-ONU para proteger as populações, como temos pedido”, disse Annan no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O alto responsável manifestou-se optimista depois de ter trocado impressões com o seu emissário no Sudão, o mauritano Ahmadu Ould Abdallah, que tem como missão tentar persuadir o Presidente Béchir a aceitar uma força conjunta - fortemente apoiada pela comunidade internacional - mas que até aqui não recebeu qualquer sinal favorável do chefe de Estado sudanês.

“Espero firmemente que estejamos perto de socorrer a população do Darfur”, disse Annan. “Mas depois de tantas decepções, não a considero como uma coisa certa”, admitiu, no entanto.

Sudão tem até ao final do ano para responder

Ould Abdallah disse ontem em Cartum, após um encontro com responsáveis sudaneses, que estes estavam empenhados em responder proximamente, por escrito, ao pedido de Annan, antes que de o secretário-geral da ONU abandonar o cargo no dia 31.

Os Estados Unidos afirmaram, por seu lado, anteontem, que o Sudão tem até dia 1 de Janeiro para aceitar uma força de paz da ONU no Darfur, sob pena de ser alvo de uma acção coerciva da comunidade internacional. Andrew Natsios, emissário norte-americano para a região do Darfur, indicou ter solicitado às autoridades sudanesas, durante uma visita a Cartum na semana passada, que aceitassem o envio, antes do final deste ano, de um grupo de 60 representantes da ONU actualmente na capital sudanesa.

Segundo Andrew Natsios, o Sudão deve ainda “aceitar por escrito” a mobilização de 20 mil capacetes azuis para o Darfur para pôr um fim a uma guerra civil que, em quatro anos, já provocou mais de 200 mil mortos e dois milhões de deslocados, de acordo com números da ONU fortemente contestados pelo Governo de Cartum.

Por seu lado, o secretário do gabinete de imprensa do Presidente sudanês, Mahjoub Fadl Badri, repetiu ontem que o Sudão deu apenas o seu acordo às duas primeiras fases do apoio logístico e técnico da ONU à força africana, composta por sete mil homens e considerada mal equipa e subfinanciada.

Quanto à questão se o Sudão aceitará a terceira etapa que prevê a colocação em prática de uma operação conjunta UA-ONU no Darfur, Badri respondeu: “Cada coisa a seu tempo”.

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