Casa Pia: enteado de Carlos Cruz libertado com termo de identidade e residência

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Martim Louro — cuja audição como testemunha no julgamento do processo de abuso sexual de menores estava prevista para ontem — foi detido pela PSP depois de ter fotografado os advogados Miguel Matias e Joaquim Mota (que representam a Casa Pia e as alegada vítimas) e os defensores do principal arguido, Carlos Silvino, a almoçarem juntos num restaurante nas imediações do Tribunal de Santa Clara, em Lisboa.

Irritados e surpreendidos com a atitude do enteado do arguido Carlos Cruz, os quatro advogados pediram intervenção policial. Martim Louro foi então detido pelo crime de fotografia ilícita (artigo 199 do Código Penal) e conduzido numa carrinha da polícia à esquadra da 5ª Divisão da PSP, na Penha de França, em Lisboa.

Miguel Matias, advogado da Casa Pia e das alegadas vítimas de abusos sexuais, avançou que ele e os seus colegas presentes no almoço apresentaram uma participação criminal contra o enteado de Carlos Cruz, por entenderem que foram fotografados ilicitamente.

Questionado pelos jornalistas sobre se tinha a certeza de ter sido fotografado, Miguel Matias disse não ter dúvidas de que sim e que Martim Louro "usou uma máquina digital que até 'flash' tinha".

Abordado também sobre qual teria sido o motivo pelo qual Martim Louro decidiu fotografar o almoço, o advogado lembrou que ele e Joaquim Mota são advogados da Casa Pia e das vítimas e que estavam a almoçar com os advogados do principal arguido, Carlos Silvino da Silva.

Ao abrigo do artigo 199 do Código Penal, Martim Louro poderá incorrer, caso o processo avance e venha a ser condenado, numa pena de prisão de até um ano ou com pena de multa até 240 dias.

Desconhece-se ainda se a máquina usada por Martim Louro foi apreendida pela PSP.