Percurso de Luis Araújo na Defesa Nacional


O novo CEMFA nasceu no Porto em Fevereiro de 1949, ingressou na Academia Militar em 1966 e concluiu o curso de Aeronáutica em 71. Foi promovido a tenente-general em 2004 e foi director do Instituto de Altos Estudos da Força Aérea.

Do seu currículo académico fazem parte o curso geral de Guerra Aérea no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea (IAEFA), o curso complementar de Estado-Maior da Royal Air Force, no Reino Unido, o curso de Defesa Nacional no Instituto da Defesa Nacional em Lisboa e o curso Superior de Guerra Aérea no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea (IAEFA).

Luís Araújo exerceu funções de professor do IAEFA e do Instituto de Altos Estudos Militares (IAEM) entre 1983 e 1987. Em termos operacionais, cumpriu missões no Norte de Moçambique (Mueda), na Base Aérea Nº 6 (Montijo), onde se qualificou em SA 330-PUMA e comandou a Esquadra 551 (ALIII), e na Divisão de Operações do Estado-Maior da Força Aérea. Foi ainda assessor militar para a Força Aérea do ministro da Defesa Nacional.

"Chairman" do grupo de trabalho CADIMS (Coordinated Air Defence in Mutual Support) na Divisão de Operações do Comando Aliado do Atlântico (SACLANT) em Norfolk-EUA, foi também 2º comandante da Base Aérea Nº 4 (Lajes - Açores), após o que assumiu as funções de subdirector da Direcção de Instrução.

Em 1996, foi nomeado assessor para a Força Aérea da Casa Militar da Presidência da República. Assumiu no ano seguinte o Comando da Base Aérea nº 6 (Montijo), cargo que exerceu até 1999 - neste período, comandou a Força Conjunta de Protecção e Recolha de Cidadãos Nacionais na República da Guiné-Bissau, durante a crise político-militar que aí eclodiu em 1998.

Como major-general, desempenhou as funções de subchefe do Estado-Maior da Força Aérea entre finais de 2000 e início de 2004, tendo em 2002 sido nomeado presidente da Missão de Fiscalização e Acompanhamento para a introdução do Helicóptero EH 101 na Força Aérea.

Da sua folha de serviço constam várias condecorações, entre as quais se destacam: Cruz de Guerra (2ª. Classe), Medalha de Ouro de Serviços Distintos, Cruz Naval (2ª. Classe), Medalha de Ouro de Valor Militar (colectiva) e Grã-Cruz de Mérito Aeronáutico do Reino de Espanha.





Força Aérea: novo chefe do Estado-maior sublinha unanimidade da sua escolha

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Para Luís Araújo (à dir.) os pedidos de passagem à reserva de quatro tenentes-generais "não querem significar nada" Inácio Rosa/Lusa

Depois de ter sido empossado no cargo pelo Presidente da República, Cavaco Silva, o novo responsável assegurou que a sua nomeação mereceu concordância unânime por parte de dos tenentes-generais que pediram a passagem à reserva na sequência da escolha.

"Não há contestação nenhuma. O Conselho Superior da Força Aérea, onde estavam todos os tenentes-generais, foi consultado e a concordância com o meu nome foi unânime".

A escolha de Luís Araújo para chefiar a Força Aérea levou à apresentação de pedidos de passagem à reserva de pelo menos quatro tenentes-generais da Força Aérea, incluindo o vice-chefe.

A ultrapassagem na antiguidade militar e o carácter eminentemente político da escolha do ex-director-geral de Política de Defesa Nacional terão estado na origem da decisão dos tenentes-generais Hélder Rocha Martins (actual vice-chefe do Estado-maior da Força Aérea), António Martins de Matos (comandante da Logística e Administração da Força Aérea), David Oliveira (adjunto operacional do chefe do Estado-maior general das Forças Armadas) e João Oliveira (comandante operacional da Força Aérea).

Para Luís Araújo, estes pedidos "não querem significar nada", nomeadamente em relação a si. "Eventualmente, se tivesse na mesma situação teria feito o mesmo. Só tenho que respeitar a decisão dos nossos tenentes-generais", adiantou.

Situação dos pilotos será prioritária

O novo chefe da Força Aérea prometeu ainda tomar medidas em relação a um problema crónico deste ramo das Forças Armadas: a fuga de pilotos para a aviação civil. "Esse é um problema que não é de hoje. A Força Aérea sempre teve esse problema. A questão é que o mercado da aviação civil abriu muito e o que acontece é que temos dificuldade em reter pilotos (...) Teremos, com algumas medidas, de tentar reter os pilotos", referiu.

Escusando-se a concretizar as medidas preconizadas, Luís Araújo admitiu que algumas "ultrapassam a competência do CEMFA [chefe do Estado-maior da Força Aérea]".

Quanto aos processos de averiguações em curso na Força Aérea, na sequência da participação de militares do ramo nas recentes manifestações de rua promovidas pelas associações, Luís Araújo considerou que esse "é um problema de justiça e de disciplina", pelo que antes de qualquer comentário, "os processos têm que se concluir".

Homenageando o seu antecessor, Luís Araújo prometeu "continuar o trabalho" de Taveira Martins, mas "adaptado às novas circunstâncias".

O general prometeu ainda escolher o vice-chefe do Estado-maior da Força Aérea até quarta-feira.