Nobel da Medicina premeia descobertas sobre informação genética
Os dois laureados foram recompensados por terem descoberto "um mecanismo fundamental para o controlo dos fluxos de informações genéticas", explicou a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo.
Fire, nascido em 1959, é professor de patologia e genética na Universidade de Medicina de Stanford, na Califórnia, e Mello, nascido em 1960, é professor de medicina molecular na Universidade de Medicina do Massachusetts.
Os trabalhos dos dois investigadores centram-se no ARN (ácido ribonucleico), que serve de intermediário na circulação da informação genética do ADN para as proteínas.
Fire e Mello descobriram um mecanismo, baptizado como interferência ARN, que permite bloquear alguns genes, o que pode conduzir ao desenvolvimento de novas terapias.
Craig C. Mello tem origens na ilha de S. Miguel, Açores, disse à Lusa fonte da Universidade de Massachusetts, onde lecciona. "O professor Mello nasceu nos Estados Unidos, mas o seu bisavô pela parte do pai era da ilha de S. Miguel", disse uma porta-voz da escola de Medicina da Universidade de Massachusetts.
No ano passado, os dois investigadores australianos J. Robin Warren, 68 anos, e Barry J. Marshall, 54 anos, foram distinguidos com o Nobel da Medicina por terem provado - face ao cepticismo da comunidade científica - que as doenças de estômago, nomeadamente as úlceras, tinham origem bacteriana e que é possível tratá-las com antibióticos.
O Prémio Nobel da Física vai ser anunciado amanhã e o da Química na quarta-feira. Seguem-se os galardões da Economia, a anunciar na segunda-feira, 9 de Outubro, e da Paz - o único atribuído pela Noruega -, no dia 13. O nome do vencedor do Nobel da Literatura vai ser conhecido no dia 12 deste mês.
Os seis prémios (cada um constituído por um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de dez milhões de coroas suecas [um milhão de euros]) vão ser entregues numa cerimónia a realizar em Estocolmo e em Oslo, no dia 10 de Dezembro.