Luandino Vieira: o resistente
José Luandino Vieira, ou melhor, José Vieira Mateus da Graça, nasceu em Portugal em 1935 e foi aos três anos para Angola. Envolvido em movimentos nacionalistas, é preso pela PIDE em 1959 e depois em 1961. É no Tarrafal, prisão em Cabo Verde para onde é transferido em 1964, que descobre Guimarães Rosa, o escritor que mais o influenciou. A maioria da sua obra é escrita antes de 1975, ano em que regressa a Luanda, depois de passar por Lisboa. A Vida Verdadeira de Domingos Xavier (1961), Luuanda (1963), No Antigamente, na Vida (1974) e Nós, os do Makulusu (1975) são algumas das suas obras mais conhecidas. As suas ideias obrigaram-no a passar mais de dez anos no Tarrafal e a ter residência fixa depois de libertado, em 1972. Vinte anos depois, diria ao escritor Agualusa, a propósito da guerra em Angola: "Hoje de manhã vi, no meio de um tiroteio infernal, um homem a atravessar a rua numa cadeira de rodas. É isto que nós somos, um país de cadeira de rodas no meio dos tiros." Vive em Portugal desde o início dos anos 1990. (PÚBLICO) |
De acordo com um breve comunicado do ministério, Luandino Vieira justificou a sua decisão com "razões pessoais, íntimas".
O Premio Camões 2006, que é o maior galardão literário da língua portuguesa, no valor de cem mil euros, foi atribuído na sexta-feira passada a Luandino Vieira.
Luandino Vieira foi o terceiro autor africano galardoado com o Prémio Camões.