Perto de 5000 pessoas na gala de reabertura da Praça de Touros do Campo Pequeno

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As obras de recuperação do edifício, avaliadas em quase 60 milhões de euros, incluíram a construção de uma cobertura amovível Inácio Rosa/Lusa

A representar o Governo esteve a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, para quem a reabertura deste espaço "é um dia de festa que decorre de ter sido possível, através da sociedade civil, reabrir este espaço com muito mais valências". "É uma valorização do património cultural e imóvel da cidade", referiu a ministra destacando que a praça de touros passa a ter "muito mais virtualidades acolhendo espectáculos de diversas naturezas".

Afirmando não ser uma aficionada Isabel Pires de Lima destacou que as touradas "são uma tradição portuguesa que importa preservar dentro das regras verdadeiramente tradicionais, que passam por não matar o touro".

Outro dos convidados presentes foi o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, que disse "estar muito satisfeito" com a reabilitação da praça de touros pela empresa Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno, administrada por madeirenses, e destacou a obra como "um grande triunfo da vida profissional" destes empresários.

Questionado sobre se gostaria de ter um equipamento deste tipo na Madeira, João Jardim referiu que as touradas não são uma tradição no arquipélago. "As nossas touradas são outras", ironizou.

No local, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira de Cruz, classificou a obra como "uma adaptação do espaço aos tempos". "A cidade está cheia de espaços mortos e património mal cuidado. Espero que este seja um bom exemplo da adaptação de um espaço a uma época numa altura em que estou muito preocupada com os projectos que existem para os espaços históricos", referiu sem no entanto especificar.

Estava prevista a presença do Presidente da República, mas Cavaco Silva acabou por não comparecer, tal como o presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, que se fez representar pelo vice-presidente, Fontão de Carvalho, e pelos vereadores Gabriela Seara e António Proa.

Da oposição na autarquia lisboeta esteve presente o vereador do Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, que aplaudiu a criação de uma nova sala de espectáculos em Lisboa, mas lamentou a demora das obras que se prolongaram por seis anos, considerado também "dispensável" a construção de mais um centro comercial na cidade.

Por outro lado, o encenador do espectáculo que faz a abertura da Praça de Touros, Filipe La Féria, explicou que estão mais de 600 pessoas envolvidas e que se pretende mostrar que "a praça além de ser o centro de eleição da arte taurina é também um espaço para a moda, rock, musicais e concertos". "É um grande palco no coração da cidade de Lisboa", sublinhou.

As obras de recuperação do edifício, avaliadas em quase 60 milhões de euros, incluíram a construção de uma cobertura amovível, que abre através de um sistema de lâminas de vidro, uma estrutura prevista no projecto original do arquitecto Dias da Silva, de 1892.

A inauguração da praça de touros está marcada para quinta-feira à noite, com uma corrida "à portuguesa", só com lide a cavalo, forcados e pegas, com a participação dos cavaleiros João Moura, António Ribeiro Telles e Rui Fernandos e os forcados amadores de Santarém, Montemor e Lisboa.