Morreu a actriz Glicínia Quartin

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Nascida em Dezembro de 1924, Glicínia estreou-se nos palcos com 26 anos, ainda como amadora, na peça “Roberto e Melisandra”, levada à cena pelo Grupo de Teatro Experimental.

É nesse período que se notabiliza como intérprete da renovação do teatro experimental, com passagem pelas companhias de Cascais e Porto. Duas décadas depois, toma parte no lançamento do teatro independente, sendo fundadora das companhias Os Bonecreiros e do Teatro da Cornucópia. Será a este último que regressará em Julho de 2004 para a sua última representação, em "A Família Schroffenstein", uma peça de Kleist, encenada por Luís Miguel Cintra.

Fora dos palcos, Glicínia Quartin participou no arranque do Cinema Novo, protagonizando "D. Roberto" (1962) de Ernesto de Sousa, a sua estreia na sétima arte, já depois de várias participações no teatro televisivo, em peças como "Guerras de Alecrim e Manjerona" ou "Frei Luís de Sousa". "A Caixa" (1994), de Manoel de Oliveira, e "A Comédia de Deus" (1995), de João César Monteiro, são alguns dos filmes em que participou nos últimos anos.

No seu 80º aniversário, a 20 de Dezembro de 2004, o então Presidente da República, Jorge Sampaio, distinguia-a com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, o último de uma série de galardões com que foi distinguida e dos quais se destacam ainda o Prémio Nacional de Teatro Lucília Simões (1968) ou Prémio da Crítica (1972), este último pela participação em "As Criadas", de Jean Genet, uma das suas interpretações mais recordadas, ao lado de Eunice Muñoz e Lurdes Norberto.

Os seus 80 anos foram também assinalados com a estreia de "Conversas com Glicínia", um documentário-entrevista, assinado por Jorge Silva Melo, recentemente exibido pela 2.

O corpo da actrtiz estará, a partir das 12h00 de amanhã, em câmara ardente na capela do Cemitério dos Prazeres, estando o funeral marcado para as 11h00 de sábado.

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