Católicos de todo mundo prestam homenagem a João Paulo II

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Milhares de católicos encheram a Praça de São Pedro para ouvir Bento XVI recordar o seu antecessor Alessandra Tarantino/AP

“Um ano após a sua morte, esse grande Papa deixou-nos uma herança imensa”, afirmou Bento XVI, emocionado, durante um discurso de homenagem pronunciado nos seus aposentos, a que assistiram dezenas de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, para a oração do Angelus.

O Papa falou ainda do sofrimento de João Paulo II, de quem foi um dos seus mais próximos colaboradores. “A 2 de Abril, como hoje, o amado Papa João Paulo II vivia, nestas mesmas horas, nesta mesma sala, a última etapa da sua peregrinação na Terra, uma peregrinação de fé, de amor e de esperança, que deixou uma marca profunda na história da Igreja e da humanidade”, disse.

“Nos últimos anos, o Senhor privou-o pouco a pouco de tudo, para que se juntasse a Ele. A sua morte foi o concluir de um testemunho de fé que tocou o coração de tantos homens de boa vontade”, continuou o Papa, sendo por várias vezes interrompido pelos aplausos dos fiéis, que gritavam ainda o nome de João Paulo II.

O Sumo Pontífice falava após a missa celebrada com a intenção de uma beatificação rápida de João Paulo II no santuário da Misericórdia divina em Lagiewniki, nos arredores de Cracóvia, sul da Polónia. Milhares de pessoas, entre elas o Presidente polaco, Lech Kaczynski, e o primeiro-ministro, Kazimierz Marcinkiewicz, assistiram em directo à missa retransmitida em directo pela televisão em Itália.

Na Praça de São Pedro, a presença da Polónia foi sentida com os vários polacos que se deslocaram propositadamente até Roma para escutar Bento XVI e acompanhar o Papa na recitação do rosário em memória de João Paulo II, o que acontecerá às 20h37 em Lisboa, a hora em que foi registada a sua morte.

Além, das homenagens no Vaticano, várias cerimónias decorrem hoje em homenagem a Karol Wojtyla. Em Cracóvia, onde foi arcebispo até à sua eleição para Sumo Pontífice em 1978, foram colocadas várias bandeiras com as cores da Polónia e do Vaticano, e em Wadowice, a sua terra natal, foram organizadas vigílias de memória junto à casa onde nasceu a 18 de Maio de 1920.

Em Varsóvia, o cardinal-primaz da Polónia, Jozef Glemp, celebrará, esta tarde, uma missa ao ar livre, na mesma praça onde João Paulo II encorajou, em 1979, os seus compatriotas a livrarem-se do regime comunista, dizendo-lhes “Não tenham medo”.

Na Alemanha, Bélgica, França, Londres, Espanha, Rússia, Estados Unidos e noutros países foram igualmente celebradas missas de homenagem a João Paulo II e estão previstas outras cerimónias para assinalar o aniversário sobre a sua morte.