Comissão para a Seca levanta restrições impostas ao Algarve

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No final de 2005, 83 por cento do território permanecia em situação de seca fraca Luís Forra/Lusa

No último relatório quinzenal sobre a seca de 2005, o Instituto da Água (Inag) salienta a evolução favorável do Algarve e entende que "já não é consentânea com a manutenção das restrições impostas" pela Comissão da Seca.

Assim, para além de serem levantadas as restrições à captação nos furos de Vale da Vila, deixou de ser necessário limitar os consumos de água para abastecimento público e rega no aproveitamento hidráulico Odeleite-Beliche, graças ao volume de água encaixado por estas albufeiras nos últimos dois meses.

A comissão salientou ainda o contributo dos municípios algarvios ao reactivarem captações próprias para não haver cortes no abastecimento público, mas pediu que estas fossem desactivadas "para que seja reposta a situação normal e retomados os níveis de qualidade e fiabilidade do serviço".

A preocupação centra-se agora no armazenamento em albufeiras que servem os concelhos de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé e Alijó, todos em Trás-os-Montes, já que o abastecimento urbano só está garantido para os próximos dois meses.

No dia 31 de Dezembro de 2005, 83 por cento do território permanecia em situação de seca com intensidade "fraca" e um por cento em seca "moderada".

Relativamente às reservas das albufeiras, em comparação com a quinzena anterior, houve um aumento na percentagem de água armazenada nas bacias hidrográficas do rio Sado e do Barlavento.

Quanto à disponibilidade dos aquíferos (águas subterrâneas), os valores registados continuam significativamente inferiores à média mensal dos anos anteriores.

O abastecimento de reservatórios através de auto-tanques continuou em 14 municípios (9521 habitantes), enquanto noutros seis concelhos mais de onze mil pessoas permaneceram sujeitas a reduções nos períodos de abastecimento.

No que respeita aos aproveitamentos hidroagrícolas, registou-se no início de 2006 uma evolução positiva nos volumes armazenados, existindo mais albufeiras com valores superiores a 50 por cento da sua capacidade do que no período de 1 a 15 de Dezembro.