Cáceres Monteiro: 37 anos de jornalismo


O jornalista Carlos Cáceres Monteiro, que morreu hoje aos 57 anos, iniciou a carreira jornalística aos 20 anos, ocupou cargos de chefia em jornais e revistas, ganhou prémios e editou várias obras.

Nascido a 9 de Agosto de 1948, Carlos Cáceres Monteiro foi director da revista "Visão" desde a fundação da revista, em 1993, até ao ano passado. Actualmente desempenhava as funções de director editorial do grupo Edimpresa, à qual pertence a "Visão".

Entre 1977 e 1981 foi presidente do Sindicato dos Jornalistas e foi Director Geral para a Comunicação Social entre 1984 e 1985, quando Mário Soares era primeiro-ministro.

Iniciou a sua carreira jornalística aos 20 anos, depois de ter desistido do curso de Direito na Faculdade da Universidade clássica de Lisboa, onde foi também dirigente associativo.
Carlos Cáceres Monteiro começou a sua carreira nas revistas "Flama" e "Século Ilustrado", foi subchefe de redacção de "A Capital" e editor de política do "Diário de Notícias".

Foi correspondente da revista espanhola "Cambio 16", director do jornal "Se7e", co-fundador de "O Jornal" em 1975, do qual foi director adjunto.

Carlos Cáceres Monteiro foi analista político regular na RTP, na SIC Notícias, na TSF e na Antena1. Ao longo do seu trabalho jornalístico, cobriu vários conflitos, nomeadamente a guerra do Golfo, do Iraque e o conflito israelo-árabe.

Cáceres Monteiro considerava-se essencialmente um jornalista de "banca" e acreditava no jornalismo como "missão de vida".

"Sou um jornalista de banca, gosto da chefia e de fazer sair as edições", disse numa entrevista ao "Diário de Notícias" a 14 de Junho de 2004.

Em 1985 recebeu o Prémio Gazeta do Clube de Jornalistas por uma série de reportagens sobre a China e em 2002 foi considerado o jornalista do Ano pelo Clube Português de Imprensa.

Cáceres Monteiro editou diversas obras, a mais recente das quais Hotel Babilónia, em 2004.

Anteriormente tinha editado "Mistérios da Amazónia - cadernos de uma expedição nas Guianas e no Brasil" (2002) "O Enviado Especial" (1991), "Apogeu e queda de Bernardo Malaquias" (1989), "O mundo em AZERT" (1985) e "Angola, país de vida ou de morte" (1975).

Carlos Cáceres Monteiro tinha quatro filhos.

Lusa





Morreu fundador e ex-director da "Visão" Carlos Cáceres Monteiro

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Actualmente, Cáceres Monteiro era director editorial do grupo Edimpresa André Kosters/Lusa

Actualmente, Cáceres Monteiro era director editorial do grupo Edimpresa, ao qual pertence a revista "Visão".

O jornalista estava hospitalizado desde há três semanas.

Carlos Cáceres Monteiro, que durante a segunda metade da década de 70 assumiu o papel de presidente do sindicato de jornalistas, tinha editado há pouco mais de um ano o livro "Hotel Babilónia", uma compilação de várias crónicas de viagem, durante mais de 30 anos de caminhadas jornalísticas.

Contactado pela TSF, o candidato presidencial Mário Soares reagiu a esta notícia lembrando que Cáceres Monteiro era amigo dos filhos, tendo por ele "muito apreço, muita estima". "Gostava muito dele. Era um homem franco, um homem aberto", disse, acrescentando que Cáceres Monteiro "era uma figura do jornalismo que marcou uma geração", recordando que manteve com ele um contacto estreito, nomeadamente durante as suas campanhas eleitorais, que Cáceres Monteiro acompanhou, enquanto repórter.

O funeral de Carlos Cáceres Monteiro realiza-se amanhã ao início da tarde no cemitério dos Olivais, em Lisboa. O corpo estará a partir das 17h00 de hoje na Basílica da Estrela. Às 14h30 de quarta-feira realiza-se uma missa de corpo presente.