Comerciantes do Bolhão vão manter-se no mercado para além das datas limite

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Segundo um relatório, o edifício do Mercado do Bolhão necessita de uma intervenção de reabilitação estrutural urgente Estela Silva/Lusa

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação de Comerciantes do Bolhão, Alcino Fernando, acrescentou que os comerciantes só estão disponíveis para sair a 6 de Agosto e apenas pelo período de 15 dias. "Vamos aceder a deixar os pontos de venda por duas semanas, para que se façam os necessários escoramentos, mas só a partir do dia 6", frisou Alcino Fernando, acrescentando que os comerciantes "estão unidos neste propósito" e já comunicaram essa intenção à autarquia.

Em conferência de imprensa no passado dia 19, o presidente da Câmara, Rui Rio, disse que os comerciantes do primeiro piso da ala sul só poderiam trabalhar naquele local até esta terça-feira e os do rés-do-chão da mesma ala até 3 de Agosto.

Fonte do Gabinete da Presidência da Câmara do Porto disse hoje que se "mantêm válidas" as declarações proferidas pelo presidente da autarquia no dia 19.

Segundo um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, o edifício do Mercado do Bolhão necessita de uma intervenção de reabilitação estrutural urgente" e, "até lá será necessário proceder a mais obras de escoramento ou, em alternativa, à interdição do edifício".

Tendo em conta o "estado adiantado" dos projectos para reabilitação do mercado, no âmbito das tarefas cometidas à Sociedade de Reabilitação Urbana "Porto Vivo", a autarquia optou pela interdição da ala sul do mercado.

Já hoje, a Câmara do Porto aprovou por imposição da maioria PS/CDU uma recomendação socialista para o arranque "imediato" da reabilitação do Mercado do Bolhão.

A recomendação aponta para o aproveitamento de um projecto de reabilitação do mercado, feito na década de 90 pelo arquitecto Joaquim Massena.

No documento recomenda-se que a câmara "avance de imediato" com o concurso público para a obra, "independentemente da engenharia financeira envolver ou não privados".

"Esta proposta é pura demagogia", reagiu o presidente da câmara, reiterando que remete a reabilitação do mercado para dentro de um ano, com o envolvimento de privados, no âmbito do processo de reabilitação urbana dinamizado pela sociedade Porto Vivo.

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