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Um liberal com consciência social Nomeado em Março para a chefia da difícil pasta das Finanças, numa altura em que o país atravessa uma difícil situação orçamental, Luís Campos e Cunha é um professor catedrático, que se considera como um liberal com consciência social.
Campos e Cunha, de 51 anos, pertence ao grupo dos primeiros licenciados em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, em 1977, e é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona desde 1985.
Doutorado em Economia pela Columbia University de Nova Iorque, em 1985, com uma tese sobre economia internacional, Campos e Cunha desempenhou funções docentes Fundação Calouste Gulbenkian na Universidade Católica.
Campos e Cunha foi vice-governador do Banco de Portugal, por convite do então ministro das Finanças António Sousa Franco e quando António de Sousa, um seu ex-colega no curso de Gestão da Universidade Católica.
No banco central manteve-se no mandato de Vítor Constâncio, até ser substituído, por pressão do Governo, quando José Manuel Durão Barroso era primeiro-ministro, quando era responsável pela execução da política monetária.
Apoiante da candidatura de Mário Soares à Presidência da República, participou nos Estados Gerais a convite de António Guterres.

Lusa


Sócrates propôs a Sampaio a exoneração do ministro das Finanças

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Campos e Cunha alegou motivos pessoais e cansaço para deixar o cargo Lusa

Segundo uma fonte oficial, citada pela agência, terá sido o próprio ministro a pedir a sua substituição, alegando razões pessoais, familiares e cansaço.

De acordo com a mesma fonte, José Sócrates, “no mesmo momento” em que pediu a exoneração de Campos e Cunha, propôs ao Presidente da República a nomeação de Fernando Teixeira dos Santos para assumir a tutela do Ministério das Finanças.

Teixeira dos Santos preside actualmente ao conselho executivo da Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM), foi secretário de Estado dos governos de António Guterres e é professor universitário.

A inesperada demissão ocorre duas semanas depois do Parlamento ter aprovado o orçamento rectificativo para 2005, marcado pelo aumento do IVA, e numa altura em que o Executivo avança com algumas das medidas de contenção orçamental para equilibrar o défice público.

Contudo, no domingo passado, Campos e Cunha assinava um artigo no PÚBLICO, admitindo que, face à deterioração das perspectivas económicas seria necessário adoptar mais medidas de contenção da despesa, possivelmente já para 2006. O ministro aparentou também nos últimos dias algum distanciamento em relação aos projectos da Ota e do comboio de alta velocidade, bandeiras do programa de investimentos com que o Governo quer relançar a economia nacional.

Os pouco mais de cem dias em que chefiou a pasta das Finanças ficam marcados pelas medidas de austeridade propostas para combater o défice (como o aumento da idade da reforma dos funcionários públicos, o congelamento das carreiras ou o aumento da taxa máxima do IVA), na origem de fortes protestos da oposição e sindicatos.

Mas a sua passagem pelo Governo fica também marcada pela polémica, quando foi revelado que acumulava uma reforma pelos seis anos em que foi vice-governador do Banco de Portugal (114.000 euros/ano) com o salário de ministro (de 6759 euros de euros por mês). Na sequência deste caso, o Governo aprovou uma legislação impedindo os titulares de cargos públicos de acumular os dois vencimentos por inteiro.