Bairro das Calvanas em Lisboa começa hoje a ser demolido

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A Câmara de Lisboa vai promover o realojamento provisório das famílias para libertar os terrenos para execução das obras do Plano de Urbanização Pedro Cunha/PÚBLICO (arquivo)

A construção do Eixo Central, do Parque Urbano Sul e da Nova Avenida Engenheiro Santos e Castro obrigou à libertação dos terrenos ocupados pelo bairro das Calvanas, construído a partir dos meados da década de 70, e as primeiras famílias começam a ser realojadas em Setembro.

"Hoje será demolida simbolicamente a primeira casa e os realojamento deverão estar concluídos até ao final do ano", disse à Lusa uma fonte da autarquia.

A situação neste Bairro tem vindo a ser acompanhada há vários anos pela autarquia e a solução para o realojamento foi encontrada juntamente com a associação de moradores, que foi constituída em 1983 com o objectivo de participar "activamente na urbanização do Bairro, desenvolvendo as acções necessárias junto dos órgãos representativos".

Para realojar os cerca de 350 moradores, foram construídas várias moradias e apartamentos noutro local do Plano de Urbanização do Alto do Lumiar.

Numa área está prevista a construção de 58 moradias unifamiliares (25 T3 e 33 T4) e noutra a edificação de 93 fogos, dos quais 48 são moradias (22 T3 e 26 T4) e os restantes 45 em apartamento (29 T2, 13 T3 e três T4).

A construção dos 45 fogos em edifício multifamiliar (apartamentos) e das moradias T3 terá apoio financeiro do Programa Especial de Realojamento (PER), enquanto os logradouros e alguns acabamentos dos T3 – moradia, assim como a globalidade das moradias T4 serão executadas ao abrigo de um contrato celebrado entre a câmara e a Sociedade Gestora do Alto do Lumiar (SGAL).

O prazo de execução pela SGAL dos fogos destinados ao realojamento do Bairro das Calvanas é em Setembro de 2005.

Até à conclusão da obra, a Câmara de Lisboa promoverá o realojamento provisório das famílias para libertar os terrenos para execução das obras do Plano de Urbanização.

Com a demolição do bairro será possível acabar a nova Avenida Engenheiro Santos e Castro, uma via rápida com cerca de 3,5 quilómetros, que permitirá a ligação da Segunda Circular – Porta Sul – em Calvanas, ao Eixo Norte/Sul – Porta Norte – no limite do Concelho, refere a Câmara de Lisboa em comunicado.

O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Santana Lopes vai hoje assistir à demolição simbólica de uma casa, situada na Rua Principal do bairro.

Será ainda assinado um protocolo entre a Câmara de Lisboa, a Associação de Moradores e a Sociedade Gestora da Alta do Lumiar com o objectivo de regular o realojamento das famílias do bairro das Calvanas.

O bairro das Calvanas caracteriza-se por construções em alvenaria de betão e tijolo, com um e dois pisos, situadas nos dois lados da actual Avenida Engenheiro Santos e Castro e limitadas a Nascente pelo Aeroporto da Portela e a Sul pela 2ª Circular.