D. Basílio do Nascimento diz que "há fome" em Timor
De acordo com o prelado timorense, que falava à saída de uma audiência em Belém com o Presidente da República, Jorge Sampaio, em certas regiões do país a população sobrevive de "alimentos alternativos", como raízes e troncos. "Quando se recorre a isto, é sinal que há de facto fome", disse D. Basílio do Nascimento, que se encontra em Lisboa em visita privada.
Para D. Basílio, esta situação deve-se aos "dois ou três anos seguidos" de "insuficiência de clima". "Do ponto de vista climatérico, temos tido dois ou três anos seguidos em que a chuva não foi muito benéfica em relação à agricultura", explicou.
"O que se está a passar hoje é fundamentalmente consequência desta insuficiência de clima", acrescentou.
Num relatório divulgado em Março, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho alertou para situações graves de falta de alimentos em Hato Builico (distrito de Ainaro, zona central do país, a sul de Díli), que afectavam cerca de 4 mil timorenses.
Em algumas zonas daquela área, verificavam-se mesmo situações de fome, com as populações locais a recorrerem a folhas de plantas, fervidas com sal, como único alimento diário.
Esta situação, que afecta principalmente as crianças, contribui para a incidência de doenças respiratórias e gastrointestinais, considerava o relatório.