Clima: ONU quer trabalhar em programa mundial pós-Quioto ainda este ano

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A União Europeia pretende reduções de 15 a 30 por cento das suas emissões até 2020 DR

“Existem vários países que estão longe de cumprir as suas metas” para as emissões de gases com efeito de estufa, definidas pelo Protocolo de Quioto, lembrou Joke Waller-Hunter, secretária-executiva da Convenção Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas. A responsável lembrou que Espanha, Portugal, Irlanda e Grécia estão muito longe dos seus compromissos.

Apesar disso, Waller Hunter acredita ser possível a definição de um novo programa relativo ao período após 2012 na cimeira de Montreal, Canadá, marcada para Dezembro. O próprio protocolo de Quioto prevê o início das negociações pós-2012 durante 2005.

A União Europeia (UE) pretende reduções de 15 a 30 por cento até 2020 mas, até ao momento, poucos países avançaram metas a longo-prazo. No seminário, a UE apresentou as políticas em curso e as suas posições científicas, económicas e tecnológicas, sem jamais se referir ao futuro. “É preciso evitar provocar os Estados Unidos e os grandes países emergentes, sem os quais as metas não poderão ser atingidas”, explicou um responsável da delegação europeia.

“Os americanos não querem regressar à mesa das negociações e a China, Índia e o Brasil recusam reduzir as suas emissões a menos que os Estados Unidos estejam implicados. De qualquer forma, a UE ainda não definiu a sua estratégia de negociação”, acrescentou um outro responsável europeu.

Poucos países, entre eles a África do Sul, México e Noruega, defenderam que a conferência de Montreal adopte um “mandato de negociação” e fixe as linhas gerais de um futuro acordo.

Os Estados Unidos apenas se pronunciaram para lembrar os vários programas de investigação sobre energias renováveis que lançaram, vendo neles a solução para resolver a questão climática.

Organizado ontem e hoje em Bona, o seminário – a primeira reunião do pós-2012 - reuniu centenas de altos funcionários de 150 países.