Ridley Scott prossegue a via "épica" descoberta em "Gladiador". Avança uns séculos e atira-se agora à época das Cruzadas, com clímax no cerco e reconquista de Jerusalém por Saladino em fi nais do século XII. É péssimo desde o princípio: arrastado,cheio de clichés de "fi lme de época", maçudo quandoquer ser espectacular (é isto um fi lme balofo), sem agilidade ou sentido de economia narrativa. As cenas de combate são um amontoado de planos colados pelo umbigo, com a ajuda da "sopa" sonora. A parte palaciana é hirta que nem um museu de cera. O actor principal é o desinteressante Orlando Bloom, que apaga completamente a personagem, um cavaleiro quecomanda o exército cristão para a defesa de Jerusalémdos muçulmanos. Nos créditos fi nais o fi lme passa de penoso a ridículo, com a legenda que nos diz que "ainda hoje a paz é instável" naquela terra (!). Só não se pode dizer que "O Reino dos Céus" seja um desastre porque em Ridley Scott, um dos dois ou três piores realizadores do mundo, raramente se sobeacima deste nível (e o "Blade Runner"? Ah, sim, essa obraprima). Para desintoxicar (e é mesmo preciso) sugere-se uma corrida para "As Cruzadas" dovelho DeMille.
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