Violência contra os jornalistas aumentou em 2004

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O Iraque é o país onde morreram mais profissionais Karim Sahib/EPA

A divulgação deste documento assinala o 20º aniversário dos RSF e coincide com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, hoje comemorado em todo o mundo.

"Estes predadores são apenas as personalidades mais conhecidas de uma lista negra de criminosos da liberdade de imprensa", sublinha aquela organização. É em consequência directa ou indirecta da sua acção que o ano de 2004 terminou com um balanço bem negro: 53 jornalistas mortos (mais 11 do que em 2003) e 107 nas prisões. África e Ásia são os continentes onde a situação da imprensa é considerada "muito grave" (ver mapa). Mas o continente americano registou também um "recrudescimento da violência contra a imprensa", traduzida na morte de 12 jornalistas em 2004. Na Europa e na ex-URSS o balanço é mais "mitigado", mas no Magreb e no Médio Oriente - 27 jornalistas presos por "difamação", "insulto a Chefe de Estado", "insulto ao Islão" "ou propagação de notícias falsas" - a liberdade de imprensa "está a encolher".

"Nos piores regimes autocráticos - Irão, Síria, Arábia Saudita, Líbia e Tunísia -, serviços de segurança brutais perseguem qualquer tentativa de noticiar honestamente os factos ou de investigar assuntos sensíveis como a corrupção, o islamismo, os tabus sociais e religiosos ou as relações com os Estádios Unidos", sublinha a organização.

O Iraque é o país do mundo onde morreram mais jornalistas (19) e onde a presença de repórteres estrangeiros baixou substancialmente devido à insegurança e impossibilidade de circular livremente. O Bangladesh vem em segundo lugar, com quatro profissionais dos media mortos em 2004.

O número de jornalistas detidos baixou de 2003 para 2004 (130 contra 107) e a China encabeça essa lista com 27 jornalistas presos, alguns deles há mais de 20 anos. Nos lugares seguintes vêm Cuba (22) e Irão (13).

Outras organizações internacionais assinalam a efeméride. O Instituto Internacional da Imprensa (Viena) lembra que "em todas as regiões da Terra existem governos que suprimem o direito dos meios de comunicação de praticarem a sua actividade de forma independente". Pelas suas contas, já morreram 25 jornalistas desde o início de 2005. Também o Comité para a Protecção dos Jornalistas (Nova Iorque) assinala a data com um estudo sobre jornalistas mortos em actividade desde o ano 2000. Dos 190 assassínios, 121 foram de retaliação contra o trabalho desenvolvido. O país mais mortífero é as Filipinas (18), seguidas pela Colômbia (11). Em termos absolutos, o Iraque ocupa o primeiro lugar: 41 jornalistas mortos, a maioria vítima do fogo cruzado entre beligerantes.

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