Numa missiva enviada ao comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelsen, o ministro da Economia e da Inovação congratula-se com o facto de Bruxelas ter decidido abrir um "inquérito relativamente a nove categorias de produtos têxteis e de vestuário, para as importações provenientes da China, com vista à eventual implementação de uma cláusula de salvaguarda".

Manuel Pinho afirma-se, no entanto, "preocupado com outras categorias de produtos em que, da análise dos dados conhecidos, não parecem resultar diferenças substanciais para as nove categorias escolhidas pela Comissão Europeia".

Por isso, os serviços do Ministério da Economia "farão chegar à Comissão, a breve prazo, uma lista de categorias" para as quais Portugal proporá "a abertura de inquérito".

A carta do ministro da Economia português chega poucas horas depois da presidência da União Europeia ter aprovado formalmente o lançamento de uma investigação às importações de produtos têxteis chineses, uma medida que poderá levar à imposição de cláusulas de salvaguarda previstas nos acordos de adesão da China à Organização Mundial do Comércio.

A aprovação da investigação é anunciada depois dos países-membros da União Europeia terem manifestado o seu apoio à realização de um inquérito alargado sobre as exportações chinesas que deixaram de ter o regime de quotas no início deste ano.

A investigação poderá prolongar-se durante dois meses, a partir de amanhã. Depois, a União Europeia poderá pedir a aplicação de sanções, que irão abranger produtos como t-shirts, meias, calças de homem, casacos de mulher, entre outros produtos.