Vírus de Marburg já fez 203 mortos em Angola

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Todos os casos continuam a ter origem na província do Uíje, no Norte de Angola, onde está localizado o foco da epidemia Manuel Gomes/PÚBLICO (arquivo)

O novo balanço divulgado esta noite em Luanda apresenta um aumento de onze mortos relativamente aos dados anteriores - de 192 para 203 vítimas mortais. Todos os casos continuam a ter origem na província do Uíje, no Norte de Angola, onde está localizado o foco da epidemia.

Para tentar controlar o alastrar da doença, as autoridades sanitárias estão a acompanhar 484 pessoas que tiveram contactos com doentes infectados com o vírus.

Os dados agora revelados na capital angolana referem que não há registo de novos casos suspeitos em Luanda, no Zaire e em Cabinda, mas aponta a existência de duas situações que se suspeita serem casos desta febre hemorrágica na província de Malange.

O primeiro caso desta doença foi registado no Uíje a 13 de Outubro do ano passado, mas a situação apenas foi tornada pública no início do mês passado, na sequência da morte de duas enfermeiras do Hospital Provincial do Uíje.

O combate à epidemia de Marburg, que é considerada a mais grave registada em todo o Mundo, está a ser assegurado por várias dezenas de especialistas da OMS, do Centro de Controlo de Doenças de Atlanta (EUA) e dos Médicos Sem Fronteiras.

Estas entidades deslocaram-se para a província do Uíje, num esforço conjunto com as autoridades angolanas para tentar evitar a propagação da doença.

A epidemia de febre hemorrágica é provocada pelo vírus de Marburg, que tem como principal vector o macaco verde, sendo o contágio feito através de contacto com fluidos corporais de indivíduos infectados.

Trata-se de uma infecção viral, do grupo de radovírus, da mesma família do Ébola, que se manifesta clinicamente por uma síndrome febril hemorrágica, apresentando como primeiros sintomas dores de cabeça e musculares, febre alta, indisposição, vómitos, diarreia e náuseas.

Esta doença é considerada rara e de alta contaminação, apresentando, até ao momento, em Angola, uma taxa de mortalidade de 90 por cento dos casos.