Intel aposta fortemente no "estilo de vida digital"

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Os fabricantes de computadores pretendem transformar o PC no centro vital do lar digital Manuel de Almeida/Lusa

Dos PC utilizados como tais aos televisores, da aparelhagem de música aos leitores de DVD ou aos projectores de filmes em formato digital (que começam a reduzir tanto as dimensões como os preços e até os custos de manutenção, pois não se pode esquecer o tempo de duração das lampadazinhas...), das impressoras às máquinas fotográficas e câmaras de vídeo digitais, e até aos telemóveis, tudo poderá ser articulado ou combinado com o Digital Home PC, cujas experiências já conhecidas mostram uma enorme preocupação: acabar com o ruído persistente do sistema de arrefecimento, ou seja, com o barulho da ventoinha!

E este aspecto entronca bastante mais do que se possa pensar nos planos da Intel nesta área, em particular nos novos processadores que estão na calha. É que a empresa já há mais de um ano que, nos seus produtos, abandonou a corrida aos MHz e aos GHz para fazer crescer o desempenho dos seus processadores, tendo passado a dedicar mais atenção e investimentos à arquitectura do computador - de modo a ultrapassar os obstáculos à circulação dos dados e da informação, nomeadamente no barramento e nas memórias - e à do próprio processador.

E foi aqui que os seus responsáveis, como Sunir Kumar, director-geral para esta área na Europa (na foto), enquadraram o calendário de novidades em matéria de processadores e, sobretudo, a aposta numa nova arquitectura baseada num núcleo duplo - "dual core". Este núcleo duplo permite aumentar consideravelmente o rendimento do processador, vindo reforçar os recursos de processamento simultâneo de conjuntos de instruções com que, já há alguns anos, a Intel tem vindo a dotar os seus processadores, como é o caso da tecnologia Hyper-Threading.

Assim, o "Sonoma", o processador Pentium M introduzido em Janeiro último para o segmento dos computadores portáteis, deverá ser o último a trazer o clássico núcleo único mas que é dos primeiros a funcionar num leque mais baixo de frequências de relógio (bem abaixo dos 2 GHz). Já no segundo trimestre (que começa dentro de dias), a Intel conta lançar o "Anchor Creek", um Pentium D já com "dual core" e a tecnologia Extended Memory 64 (EM64), necessária ao processamento de 64 bits.

E, no próximo ano, a par de novos "chipsets", a Intel prevê ter prontos novos processadores - com nomes de código como "Bridge Creek" ou "Napa" e "Yonah", entre outros - que traduzirão o aprofundamento desta estratégia de aposta nas arquitecturas de processadores multinúcleo e nas plataformas para os receberem. Outra mudança que se operará em 2006 será a generalização da tecnologia CMOS de 65 nanómetros no fabrico dos transistores (que substituirá progressivamente a hoje usada, de 90 nanómetros), permitindo fabricar processadores de maior rendimento mas de menor potência eléctrica e, nessa medida, geradores de menores quantidades de calor - e, por sua vez, proporcionando sistemas de arrefecimento passivos e silenciosos.

Estes progressos serão também acompanhados por evoluções nos recursos gráficos e de tratamento de som dos novos processadores e respectivos "chipsets", de modo a enriquecer as qualidades de alta fidelidade dos Digital Home PC e a "experiência" que os utilizadores com eles terão. É o caso do novo acelerador gráfico da Intel - Graphics Media Accelerator (GMA) 950 -, que, baseado num barramento frontal de 1066 MHz e aceitando memórias DDR2 a 667 MHz, possibilitará índices de rendimento gráfico de mais do dobro face ao dos actuais "chipsets" 915.

E este aspecto, juntamente com banda larga disponível tanto para fora do lar digital como no seu interior, reveste-se da maior importância para que os diferentes membros de uma família possam aceder aos mais variados (e pesados) conteúdos nas diversas divisões da casa, sem se atrapalharem ou limitarem uns aos outros.

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