Lisboa: inaugurado silo automóvel na Calçada do Combro com 233 lugares

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O silo oferece condições especiais para residentes e comerciantes, disponibilizando 173 lugares para assinaturas, com entrada e saída pela Calçada do Combro António Cotrim/Lusa

A obra, lançada em Abril de 2003 e orçada em 3,6 milhões de euros, pretende colmatar as dificuldades de estacionamento nas freguesias de Santa Catarina, São Paulo, Mercês e Encarnação, parte das quais encerradas ao trânsito.

"O silo encontra-se numa zona histórica e antiga da cidade, carente de estacionamento, especialmente para os seus residentes" e vai permitir a "resolução de um problema antigo, na sequência de medidas pioneiras como a restrição ao trânsito nos bairros históricos", salientou hoje o presidente do município lisboeta, Carmona Rodrigues, durante a inauguração.

O novo espaço permite "desocupar os passeios e a via pública, cuja obstrução prejudica muitas vezes os transeuntes", criando "condições para um ambiente de qualidade, com boa mobilidade e acessibilidade e bom usufruto do espaço público".

"Após o condicionamento do trânsito no Bairro Alto, Santa Catarina e Bica, era fundamental aumentar a oferta do estacionamento para residentes", sublinhou António Monteiro, presidente da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) e vereador do Trânsito.

O responsável municipal destacou ainda o "esforço de imaginação" que permitiu "num espaço tão pequeno maximizar o número de lugares".

O silo oferece condições especiais para residentes e comerciantes, disponibilizando 173 lugares para assinaturas, com entrada e saída pela Calçada do Combro.

As assinaturas mensais para o período entre as 08h00 e as 20h00 variam entre os 50 euros para os residentes, os 60 euros para os comerciantes e os cem euros para o público em geral.

Para o período nocturno, os custos são, respectivamente, de 75, 90 e 150 euros.

Os restantes 60 lugares destinam-se aos visitantes, fazendo-se o acesso pela Travessa André Valente.

O tarifário para os lugares de rotação custará um euro na primeira hora, aumentando 20 cêntimos por hora, até ao máximo diário de 18 euros.

À noite, o custo por hora é de 60 cêntimos, atingindo um máximo de 7,20 euros.

O último andar do silo, ao ar livre, funcionará como miradouro, estando ainda prevista a criação de um espaço comercial ou de restauração no piso térreo.

O presidente da autarquia elogiou ainda o enquadramento arquitectónico do novo edifício: "um silo não tem exactamente de ser um 'mamarracho' e pode ser enquadrado de forma harmoniosa na arquitectura local".

A cerimónia de hoje ficou marcada por um "lapso no protocolo", que incomodou as presidentes das juntas de freguesia da zona abrangida pelo silo.

Irene Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina, e Ana Sara Brito, da Junta de Freguesia da Encarnação, lamentaram que os autarcas locais não tenham sido convidados para participar no descerramento da placa que assinala a inauguração do espaço, mostrando o seu desagrado ao presidente da Câmara Municipal.

"Já somos autarcas há muito tempo e foi a primeira vez que isto aconteceu. Nem com João Soares nem com Pedro Santana Lopes isto aconteceu", criticou, sublinhando que as autarquias locais sempre Slutaram para que a Câmara fizesse a expropriação, depois de o edifício ter derrocado nos anos 90".

Também Carmona Rodrigues recordou o papel dos autarcas locais: "este projecto foi feito, mas antes houve dificuldades sobre a titularidade da propriedade dos terrenos e já no passado os presidentes das juntas de freguesia pugnaram" por esta obra.

Irene Lopes e Ana Sara Brito são unânimes em apontar a "grande utilidade" do espaço hoje inaugurado, embora considerem que não vai solucionar todos os problemas de estacionamento da zona.

"O maior problema é o trânsito e o estacionamento, que faz com que muita gente queira ir embora. A freguesia de Santa Catarina tem 42 lugares no silo para sorteio e concorreram 162 pessoas", afirmou Irene Lopes, considerando que o silo é "um primeiro passo, mas há que encontrar outras alternativas com a Câmara e as restantes juntas de freguesia".

Também a autarca da Encarnação disse que a sua freguesia "tem direito a 25 lugares, mas há já 44 inscrições".

Com a inauguração do silo da Calçada do Combro, aumentam para 1350 os lugares de estacionamento criados pelo actual executivo camarário, com os parques na Mouzinho da Silveira (360), Praça Mártires da Pátria (245), Praça de Londres (197) e Largo Vitorino Damásio (233).

Estão actualmente em execução os parques de estacionamento no Largo de Jesus (130 lugares), Largo das Portas do Sol (200) e no Clube Nacional de Natação (230), num total de 560 espaços.

A autarquia tem também oito novos parques em projecto, que permitirão criar 1.962 novos lugares de estacionamento: Largo Barão de Quintela (271), silo do Arco do Cego (218), Praça de Sete Rios (300), rua Alves Redol (362), Praça José Fontana (270), Praça Dom Luís I (150), Mercado do Chão do Loureiro (159) e rua Damasceno Monteiro (232).