Os desafios: o que deverá fazer o vencedor Abbas Violência Conseguir um cessar-fogo dos grupos radicais. Abbas já afirmou que não mobilizará os serviços de segurança para desarmar as milícias, favorecendo o diálogo. Em 2003, quando era primeiro-ministro, Abbas conseguiu uma trégua, que com a continuação dos ataques israelitas, durou 52 dias. Reformas No novo governo, Abbas deverá afastar elementos conotados com a corrupção e ineficácia da Autoridade Palestiniana e fazer entrar membros da chamada "nova guarda". O presidente-eleito quer ainda reformar os serviços de segurança dos actuais 12 para apenas três. Justiça e economia deverão também ser áreas alvo de mudanças estruturais. Conversações com Israel Começando na coordenação da retirada de Gaza, que o sucessor de Yasser Arafat diz só querer discutir se for parte de um processo de paz. Ariel Sharon e Mahmoud Abbas serão muito pressionados para uma grande conferência internacional - mas Israel insiste que conversações só poderão decorrer depois de um fim na violência militante Abbas deverá ainda assegurar que qualquer acordo de paz com Israel resolva as fronteiras, o problema dos refugiados e definido o futuro de Jerusalém e que explicite o fim dos colonatos. Concessões de Israel Enquanto Israel bate na tecla do fim da violência, que matou quase mil cidadãos do Estado hebraico; os palestinianos, que sofreram mais de 3000 mortos em ataques israelitas, têm esperança de algumas melhorias palpáveis na sua vida através, por exemplo, da integração de mais trabalhadores palestinianos em Israel. Abbas espera obter outras concessões, como a libertação de presos palestinianos (cerca de 7000), que tinha já tentado enquanto primeiro-ministro, sem qualquer resultado. Abbas tentará ainda insistir na necessidade de desmantelar os "checkpoints" israelitas que impedem a circulação dos palestinianos nos seus próprios territórios, e o congelamento dos colonatos judaicos na Cisjordânia. M.J.G./PÚBLICO |
Bush disponível para receber Abu Mazen na Casa Branca
"Estou feliz com os resultados das eleições" palestinianas de domingo, assinalou Bush numa breve declaração, em que aproveitou para felicitar Mazen pela sua vitória e para sublinhar que espera trabalhar com ele e "recebê-lo em Washington".
Desde que chegou ao poder, em Janeiro de 2001, Bush nunca se reuniu com o anterior presidente, o falecido Yasser Arafat, que foi praticamente posto de parte pela Administração norte-americana.
Mas o Presidente dos EUA considera que Mazen poderá ser o interlocutor que nunca viu em Arafat: um dirigente palestiniano capaz de negociar de forma sincera com Israel a fim de chegar a um acordo que estabeleça a paz entre Israel e a Palestina.
O Presidente norte-americano afirmou ainda que o futuro Governo palestiniano deverá aumentar a sua luta contra os terroristas que atacam Israel. "É essencial" que a liderança palestiniana "unifique as forças de segurança para que possam lutar contra aqueles que ainda mantêm a destruição de Israel como filosofia", sublinhou Bush.
Bush pediu ainda que Israel continue a apoiar o processo de paz com a anunciada retirada de Gaza e a ajuda "ao desenvolvimento das instituições palestinianas", para que possa haver um Estado palestiniano.