Em comunicado divulgado ontem à imprensa, a ATL refere que "os indicadores da performance da actividade turística da região de Lisboa no mês Junho assinalaram um crescimento muito positivo, consolidando a evolução positiva que Lisboa tem vindo a registar".

Esta associação acrescenta, no mesmo documento, que os valores alcançados na ocupação hoteleira, no preço médio por quarto vendido e nas vendas totais por quarto disponível, na região de Lisboa, "ultrapassaram os objectivos definidos para 2004".

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos às receitas dos estabelecimentos hoteleiros, em 2003, já davam conta dessa tendência, revelando a aproximação "perigosa" de Lisboa e Vale do Tejo à região do turismo por excelência de Portugal.

De facto, em 2003, a região do Algarve absorveu 31,3 por cento de um total de receitas de 1400 milhões de euros, seguida de muito perto da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 27,34 por cento desse total. Por outro lado, no que concerne ao total de dormidas em estabelecimentos hoteleiros, segundo os dados do INE referentes a 2003, a região do Algarve estava isolada na liderança, absorvendo 41,43 por cento de um total de 33.800 dormidas (contra uma fatia de 19 por cento registada em 2003 na região de Lisboa e Vale do Tejo).

O aumento das receitas turísticas na região de Lisboa está intimamente ligado à realização do campeonato Europeu de Futebol em território nacional. Uma sondagem efectuada logo após a final do Euro 2004, pela Associação de Turismo de Lisboa, às principais unidades hoteleiras de três, quatro e cinco estrelas de Lisboa apurou uma taxa média de ocupação de 90,2 por cento, para o período de 17 a 22 de Junho de 2004 - valor que significa um crescimento de 32,8 por cento face ao mesmo período do ano anterior.

No que se refere ao resto da região de Lisboa e Vale do Tejo, os dados preliminares da ATL apontavam para taxas médias de ocupação entre os 90 e os 100 por cento na cidade anfitriã de Leiria e na região do Estoril/Sintra, e entre os 60 e os 70 por cento nas outras localidades, no período de 10 a 22 de Junho.

O Algarve, por oposição, registou uma taxa média de ocupação em torno dos 70 por cento, no período de 11 a 17 de Junho de 2004, valor que evidencia uma quebra (entre 0,1 por cento e cinco por cento), dependente da tipologia de alojamento, face ao período homólogo do ano anterior.