"Shrek 2" padece do mesmo síndroma que a Bruxa Má, esse auto-fascínio com o reflexo da própria imagem, pelo que é uma versão reciclada do filme original (uma sequela é uma sequela) um pouco "over the top". O que antes era uma fábula enjeitada, parodiando os contos de fadas, é agora um filme auto-reflexivo sobre Hollywood (o letreiro nas colinas de Far, Far Away parece-se tanto, mas tanto, com Hollywood, a recepção no castelo real parece-se tanto com os Óscares, e assim por diante), caução mais estafada do que irónica do cinema americano enquanto "máquina de sonhos". O que era um filme de animação para crianças (e adultos) virou filme só para adultos, o que significa que se perdeu alguma coisa. Não deixa de ser um pequeno divertimento, mas nem o gato ambíguo (tão ambíguo que o volte-face pedia maior consistência) de Banderas nem o burro falante de Eddie Murphy (nosso "personal favorite") conseguem iludir a ligeira decepção (amorosa) que é "Shrek 2". Estão todos demasiado preocupados em agradar.
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