Sinto-me quase irmão do Benfica

Integrou os “diabos vermelhos”. Que se batiam taco a taco com os “cinco violinos” do Sporting. Deu ao Benfica a primeira vitória em torneios internacionais. Ainda detém o recorde de golos em Taças de Portugal. Aos 81 anos, Rogério, “o pipi”, continuar a frequentar os estádios, sente-se entusiasmado com o centenário do clube que lhe deu a fama, mas vê cada vez mais ódio em vez de “rivalidade pura e honesta” nos campos de futebol.

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Debruça-se sobre umas folhas pequeninas, quando chegamos junto da mesa do café onde marcou encontro. Põe a assinatura no texto, levanta-se e, mal fazemos as apresentações, entrega-nos as duas folhas. “Às vezes a gente não diz bem o que quer nas entrevistas, e por isso escrevi aqui aquilo que gostava de dizer sobre os 100 anos do Benfica” (a 28 de Fevereiro). Rogério Lantres de Carvalho (“Lantres é do meu avô, que era chefe maquinista de um barco da marinha mercante espanhola”) mantém-se seco de carnes e em boa forma física, apesar dos 81 anos que o bilhete de identidade lhe impõe. Saberemos dentro em pouco a razão: continua a fazer exercício, batendo-se regularmente com amigos e conhecidos em animadas partidas de ténis. O leitor comprovará também, já a seguir, que a memória e o raciocínio o não abandonaram.

Na entrevista far-lhe-emos as perguntas a que quis evitar responder assim de chofre — sobre o centenário, sobre os melhores jogadores portugueses de sempre. Avança com os nomes, alguns surpreendentes, mas no dia seguinte telefona: “Estive a pensar melhor, vou mandar-lhe um bilhete com os nomes certos...” Ao contrário do que o leitor, como nós, esperaria, a emenda não é para fazer a equipa que o “futebolísticamente correcto” ditaria. Rogério — “o pipi”, como chamavam a um dos jogadores mais elegantes e ágeis de sempre do Benfica — não quer macular a memória dos seus companheiros dos idos de 50. São eles (quem lhe pode levar a mal?) que ele ainda hoje “seleccionaria” para a equipa ideal do centenário clube. No bilhete pede por fim que rectifiquemos “suavemente” alguma resposta que “não caia bem na opinião pública”. Não o fizemos. Também não foi necessário. Rogério é um “gentleman”.

Marcou a entrevista para um café junto do “stand” onde vendia carros. Mas já está reformado.
Estou reformado mas ainda venho aqui fazer uns negócios. Foi aqui, no Stand Moderno, que começou o Águas também. Era de Angola, donde nós o trouxemos durante uma digressão a seguir a termos ganho a Taça Latina. Fomos também a Moçambique. A viagem durou 40 dias. Fizemos 18 jogos, quase dia sim, dia não. O único que perdemos foi no Lobito, onde o Águas jogava. Perdemos por 2-1 e foi o Águas quem marcou os dois golos. Assim que vimos aquilo, eu, o Félix e mais alguns de nomeada dirigimo-nos ao presidente do clube, Joaquim Bugalho, para o trazer. “Você falem com ele. Se ele estiver interessado venham então ter comigo.” E nós no jantar (havia sempre depois dos jogos jantar e baile, eram doidos por bailes, em África) perguntámos-lhe se não queria vir para o Benfica.
— Claro que quero.
— Quer começar já aqui, nos jogos que ainda nos faltam?
— Ah, pois quero.
E assim foi. Apresentámo-lo ao presidente e pronto. Quando cá chegou já vinha feito à equipa.

No seu caso havia um problema: o Águas ia fazer-lhe concorrência.
Mas como eu fui sempre muito leal — a jogar futebol e na minha vida — isso não impediu que eu o ajudasse. Até nos negócios [de venda de automóveis]. Fomos sempre muito amigos.

O senhor mostrou a Taça Latina aos adeptos de Benfi ca [em 1950]; e ele mostrou duas vezes a Taça dos Clubes Campeões Europeus [em 1961 e 1962, contra o Barcelona e o Real Madrid, respectivamente].
Essa da Taça Latina tem graça. O capitão era o Jacinto. Mas quando acabou o jogo a multidão invadiu o campo e eu, como estava no lado esquerdo, não tive tempo de correr para a cabina. Vi-me em frente à tribuna do Estádio Nacional onde estava o Presidente, Craveiro Lopes, e o Guilherme Pinto Bastos…

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…o homem que trouxe o futebol para Portugal…
…exacto. Era muito famoso. Eles pediram lá de cima: “Um jogador do Benfi ca que venha buscar a Taça!” Como não vi mais ninguém, subi por ali acima. Deram-me a Taça acompanhada de 12 ou 13 medalhas de ouro. Com medo de as perder, meti as medalhas dentro da Taça, agarrei-a ao peito e ali andei, ao colo dos adeptos, sempre com a Taça ao peito a segurar as medalhas. O Jacinto, já agora, era muito admirado. Não era um artista, só jogava com o pé esquerdo, mas cobria o meio campo. Às vezes abria os braços e como tinha o hábito de espumar os adversários temiam-no, parecia que estava ali uma barreira à frente. Quando veio o Moreira, então, formaram uma asa que para mim foi a melhor de todos os tempos, embora a gente não deva dizer estas coisas.

Outros momentos que o tenham marcado?
Um jogo na Taça de Portugal em que ganhámos 5-4 aos Sporting, e no qual eu marquei três golos. O último a 15 segundos do fi nal. Havia aquela rivalidade entre os “cinco violinos” [do Sporting: Jesus Correira, Vasques, Travassos, Peyroteo e Albano] e nós, os “diabos vermelhos”. [Recordo] um outro em que ganhámos por 5-0 ao Porto, que tinha uma equipa também famosa — Barrigana, Virgílio, Carvalho, grandes jogadores. E ainda outra vitória sobre o Porto, na inauguração do estádio das Antas. Ganhámos por 8-2.

Mas nessa altura a grande equipa era o Sporting, não reconhece?
O Sporting ganhou mais campeonatos. Era a equipa mais poderosa porque tinha uma linha avançada repleta de jogadores famosos com um artilheiro lá à frente que aquilo era um “bulldozer”, o Peyroteo. Esse homem em todos os jogos marcava golos. Considero-o mesmo o melhor marcador de todos os tempos.

Mas o Rogério ainda conserva um recorde: 15 golos na Taça de Portugal.
Em cinco finais marquei 15 golos. A primeira em 43 ou 44 contra o Estoril, que tinha ficado em quinto lugar no Nacional da I Divisão. As finais nesse tempo eram no campo do Belenenses, nas Salésias, que era relvado. Estava com boa disposição nesse dia e marquei cinco golos.

O que era ser famoso nessa altura? Hoje é ter muitos milhões de euros…
Os jogadores, como hoje ainda, eram uns privilegiados na sociedade: em todo o lado que entram são acolhidos com simpatia, com amizade, entram numa loja, numa repartição e sentem-se admirados. Uns com um comportamento melhor do que outros.

Mas nesse tempo precisavam de outro emprego?
Eu por exemplo comecei por ser colega do Peyroteo no Grémio das Carnes, no Rossio, 45, 2º.

Ele era seu chefe. Depois no campo eram adversários…
Era meu chefe. E metia mais golos do que eu. Era um homem extraordinário. Os clubes nesse tempo arranjavam trabalho aos jogadores em organismos corporativos. Se fosse numa empresa privada podia haver queixas dos colegas [contra os privilégios reconhecidos aos jogadores em matéria de horários]. Treinávamos das 8 às 9 da manhã. Um colega meu jogava sempre sem tirar o relógio: “Ó ‘mister’, tenho que ir embora que estou atrasado para o emprego!”.

Ao Rogério chamavam-lhe nesse tempo “o pipi”.
Eu gostava de andar bem vestido. Era uma vaidade. Ou nem isso: a vaidade é uma má qualidade interior, não é exterior. Diziam isso também porque eu tinha uma grande agilidade e uma velocidade muito grande. O Tomás Paquete uma vez desafiou-me. Era o campeão nacional dos 100 metros. “Tens a mania que corres muito, um dia vem aqui que eu dou-te um bigode”. Um dia fui lá mesmo. Só lhe disse que quem dava a partida era eu porque nas partidas eles são muito rápidos. Fizemos os 100 metros, ele ganhou-me mas por pouco: “Porra, tu corres como o diabo!”.

O Jesus Correia num entrevista pouco antes de morrer [ver Pública de 20.7.2003] falou-me na sua agilidade. E eram rivais.
Rivais e amigos. A rivalidade naquele tempo era pura, honesta.

Ele contou-me até que uma vez foram expulsos os dois e acabaram a ver o resto do jogo juntos.
Disputávamos uma bola e eu — de ombro, que é legal — afastei-o. Ele, na queda, para eu não seguir com a bola levanta o pé (mas não me tocou) e cai. O Calabote, que era o árbitro, estava no outro lado do campo, veio a correr e quando o Jesus Correia o viu, com medo de ser expulso, agarrou-se ao queixo e começou a gritar “ai!ai!ai!” O árbitro perguntou-lhe o que é que tinha havido e ele disse que eu lhe tinha dado um soco. “Ai sim? Os dois para a rua!”. Viemos a conversar os dois ali abaixo pelo túnel e eu perguntei-lhe por que é que ele tinha dito aquilo. “Eh pá!, ele ía expulsar expulsar-me. Assim viemos os dois para a rua”. Acabámos de tomar banho, havia um bar ao pé dos balneários, tomámos uma cerveja e uma sandes, e regressámos ao campo com as pessoas muito admirados de nos verem assim juntos.

Como é que olha hoje para a violência no futebol?
Está a estragá-lo. Sinceramente digo: eu agora vejo mais o futebol por televisão…Tenho 81 anos, gosto de estar sentadinho. Com a idade começamos a isolarmo-nos um bocado das multidões, da arrumação do carro. Vou só a um ou outro jogo. Às vezes até desligo o televisor, irritado. Os jogadores hoje praticam um futebol agressivo e desleal. Em Portugal sobretudo, nos outros países não vejo. Fazem-me lembrar os gladiadores quando entravam na arena, em Roma: olhavam para o adversário com ódio.

Concorda com os limites impostos às declarações de dirigentes?
Acho que sim. O comportamento incorrecto de alguns dirigentes só faz crescer a agressividade.

Mas no seu tempo não era muito dura também a rivalidade entre o Benfica e o Sporting?
Era. Mas sobretudo entre os associados. Olhe, nessa altura eu nem tinha automóvel. Só o tive depois de vir do Brasil onde ganhei uma coroas boazinhas. Depois dos treinos vínhamos para os empregos: para o Grémio das Carnes onde estavam o Peyroteo e eu para o Grémio das Mercearias, atrás do “Diário de Notícias”, onde estavam o Espírito Santo, o Passos, o Paciência, o Jesus Correia, o Nogueira, o Caldeira. Os do Sporting vinham a pé do campo até ao largo do Campo Grande onde nos encontrávamos para apanharmos o eléctrico. Era uma paródia uns com os outros. Não havia ódio nem raiva.

Depois quando veio do Brasil e já tinha carro?
Acabava o treino e àqueles que moravam no Barreiro ia levá-los ao barco: o Félix, o Jacinto, o Contreiras, o Arsénio, o Corona. Às vezes iam sentados ao colo uns dos outros. Ao domingo, depois dos jogos, vínhamos logo para casa.

Qual era a diferença entre a preparação física desse tempo e de hoje?
A ginástica era muito pouca. Dávamos umas voltas ao campo, fazíamos umas flexões, não tínhamos bicicletas nem outros aparelhos. À quinta-feira era o treino de conjunto. A diferença que eu acho é a questão física e o apuro técnico geral.

Treinavam pouco, não tinham acompanhamento médico como há hoje, o futebol tinha que evoluir, não acha?
Sim. Tudo isso está muito bem. O que eu critico é a exorbitância dos ordenados. Um jogador ganhar mil contos por dia é um atentado à miséria nacional. Eles agora são inimigos talvez por isso. Há vários jogadores estrangeiros, nacionais — aquilo é uma luta pelo lugar.

Se os “cinco violinos” e os “diabos vermelhos” daquele tempo aparecessem hoje no campo para jogarem contra o Benfica ou o Sporting o que é que acontecia? Vocês levavam uma “abada”?
Não. Podíamos levar mais no aspecto físico. Mas tecnicamente os jogadores não são superiores em nada aos de antigamente.

Não? Hoje só jogam futebol.
A diferença é que dantes havia jogadores menos bons em relação a outros. Hoje normalmente são todos bons. Têm que o ser para entrarem nas equipas. Por isso é que depois em campo lutam ferozmente. Chegou a treinar no Sporting levado pelo Peyroteo, mas o seu irmão quando soube foi falar com o presidente do Chelas e no dia seguinte já estava a assinar pelo Benfica. De que clube afinal é que era? Eu era é do Chelas. Não tinha assim grande preferência. Admirava os jogadores todos. Portanto, podia ter ido para o Sporting… Podia ter calhado. Mas tinha mais inclinação para o Benfica, como o meu irmão. Então quando entrei no Benfica… Aquilo era uma família. Fui logo o benjamim da equipa.

Saiu aos 32 anos. Por causa do [treinador brasileiro] Otto Glória, que não queria ninguém a jogar com um emprego cá fora?
O Otto Glória chegou em 1954, no jogo da minha festa de despedida. Mas eu despedi-me com essa idade por causa disso.

Ainda foi jogar noutro clube.
No Oriental. Eu tinha dado uma entrevista quando o clube se formou, em 1945, salvo erro, dizendo que seria engraçado voltar às origens. Pus como condição que só treinava quando quisesse. Não jogava por dinheiro.

Como é que olha esta situação de hoje em que os jogadores estão um ano num clube, dois anos noutro, outros dois anos num novo clube?
É como acontece com os treinadores: a equipa começa a cair e eles despedem-no e vão buscar outro, que saiu também abandonado. É a superstição das direcções, que acham que correm com este e esperam ter sorte com o que vem. Os jogadores é a mesma coisa.

Sim, mas há aí uma pequena diferença: nós, adeptos, não mudamos de clube.
O futebolista tornou-se materialista.

Agora que o Benfica anda a atravessar um momento mau, diga-me: o que é ser benfiquista?
É uma dedicação total ao clube, por vezes até retraindo-se na família; é orgulho; é uma espécie de magia.

O que é que espera de Portugal no Euro 2004?
Portugal tem bons jogadores, a equipa está fisicamente bem preparada, penso que vamos fazer boa figura. Não posso dizer que vamos ser campeões. Mas penso que vamos praticar um futebol agradável e simpático e que vamos ser um adversário difícil para todas as equipas.

Se tivesse uma varinha mágica o que é que mudava para que o futebol português fosse melhor?
Acho que os futebolistas deviam enraizar-se mais na vida dos clubes, para se criar novamente o amor à camisola. Acho que se deviam reduzir os ordenados em grande escala. Isso permitiria criar outro sentimento na vida do jogador, que passava a dedicar-se mais ao seu clube. O dinheiro é que está a estragar tudo, com o seu mau exemplo.

Uma vez que estamos no centenário, pode fazer-me a equipa maravilha do Benfica?
[A resposta sai, pronta. Mas pede logo no final que aguardemos até nos fazer chegar um bilhetinho com a linha definitiva. As alterações serão pequenas. Mas respeitamos-lhe a vontade.] Bastos, Jacinto, Félix e Fernandes na defesa; Moreira e Francisco Ferreira a médios; e no ataque Corona, Arsénio, Águas, Rogério e Rosário.

Esqueceu-se do Eusébio, do Coluna, do Germano…
Para mim aquela equipa não é inferior a qualquer outra. No entanto gostaria de integrar, na equipa ideal, os nomes de Costa Pereira, Coluna, Eusébio, Germano, Chalana, Simões, Espírito Santo, Julinho, Artur Santos, etc…

O que é um jogador completo?
Ágil, habilidoso, boa visão de jogo, bom atleta em salto, bom jogo de cabeça.

Qual o jogador que lhe encheu as medidas em Portugal?
Talvez o Coluna.

E hoje?
O Figo já está na tendência da queda, mas ainda é o nome que diria.

Qual a equipa que gosta mais de ver jogar?
Há várias que aprecio bastante. São do Norte mas não é o Porto. Gosto de ver jogar o União de Leiria, o Braga, o Gil Vicente, o Beira-Mar.

Mas reconhece que o Porto é uma máquina de jogar futebol?
Reconheço. Tem uma grande força e grandes possibilidades de adquirir jogadores. Na minha opinião o mérito é de Pinto da Costa porque conseguiu impor às equipas uma disciplina rígida e de respeito a todas as instruções dos seus treinadores. É também verdade que teve influência nas suas felizes aquisições. Mas foi muito infeliz no corte de relações com o Sporting. Esse procedimento vai fomentar o ódio, que não é saudável nem ético no desporto. Quanto ao Mourinho, continua igual a si próprio. Por que é que não reconheceu que o Benfica jogou melhor na segunda parte [faz hoje uma semana, na Luz] do que o Porto?

Como é que vive este momento menos bom do Benfica?
Tem uma equipa boa mas está a praticar um futebol irregular. O treinador é bom, tem uma maneira de falar muito correcta.

Estes problemas já vêm de há anos.
Isto são épocas.

Mas continua a ser do Benfica?
Sou e serei.

Só tem menos 20 anos do que o Benfica!
É o que eu digo. Sou quase irmão do Benfica.

Vai portanto aos festejos dos 100 anos?
Olhe até tinha aí um fato que ainda não estreei, aí preparadinho…

Continua portanto a ser “pipi”?
Se fosse o tal vaidoso já me tinha exibido. Tinha-o aí preparadinho para ir com o Fernandes e o Rosário mas estas chuvadas e os parqueamentos sem estarem em condições levaram-me a não ir. Mas fui lá à cerimónia da inauguração do estádio em que deram camisolas a seis [antigos] jogadores: o Eusébio, o Simões, o Chalana, o Bento, o Néné e eu. Deram-me a camisola com o número 10, que era aquela que eu preferia. Era o lugar de que sempre gostei. Detestei sempre jogar no extremo. Era um jogador que queria criar, realizar. Sempre gostei do meio-campo. Foi o Petit quem me entregou a camisola.

O que representa o centenário para si?
[Aponta o papel sobre que se debruçava quando chegámos. Está lá a resposta.] Os 100 anos do Benfica são um acontecimento de honra e glória. Vão ficar gravados na memória de todos os benfiquistas e na história do futebol nacional. São dez décadas de novos jogadores. São dez décadas de dedicação, orgulho e prestígio. São dez décadas de um currículo insuperável em todas a fases da sua vida desportiva. Na equipa das nossas épocas (1942-1954), pontuavam grandes e famosos jogadores, que muito contribuíram para que o prestígio do nosso clube crescesse a nível nacional e internacional. Éramos uma família devido à amizade e lealdade existente entre todos nós. Quando nos deslocávamos, de norte a sul do país, para disputar os jogos do campeonato nacional, não tínhamos complexos, pois sabíamos que na maioria dos jogos sairíamos vitoriosos. Éramos uma equipa forte, coesa e disciplinada. Nessas deslocações havia sempre alegria e boa disposição porque jogávamos por prazer e com amor à camisola. Hoje, com 81 anos, sinto-me orgulhoso e honrado por fazer parte deste grande clube e desta maravilhosa família benfiquista.

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