É o fim da epopeia de Peter Jackson que deu rosto ao universo e às personagens de Tolkien. Se compararmos com "Matrix", que supostamente acabou, e com "Harry Potter", que não se sabe quando é que acaba, é forçoso admitir que foi a saga mais excêntrica, mais inclassificável. Mérito da sensibilidade de Jackson, que em tudo (sobretudo, no visionarismo "artesanal", quase "naif" - apesar dos efeitos digitais - e sujo) se comportou como cineasta "do exterior", "down under", a revisitar o espíríto dos "serials". "O Regresso do Rei", como estação de chegada, quer fazer a súmula dos capítulos anteriores, aliando o lirismo do primeiro filme ao espírito mais "action adventure" do segundo. Ou seja: é um momento de redundância. Tudo se alonga (tudo parece muito mais longo...), sentimos o peso da revisitação, o tédio mesmo, e não somos alterados pela viagem - nem as personagens, ao contrário do livro de Tolkien, exibem o peso que lhes ficou da aventura. Não ajudam nada os filtros na imagem ou os sinais de new-age épico-sinfónica na banda sonora.
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