É como aqueles miúdos a quem deram uma guitarra e o "do it yourself" chegou, surpreendentemente, aos "tops". O que fazer depois? Ou seja, como continuar aquilo que, com a melhor das intenções, foi um abanão de energia do "underdog". No caso de Roberto Rodriguez: o que fazer depois de "El Mariachi"? Entre outras coisas fez uma trilogia, que se encerra agora com "Era uma vez no México" e teve no meio "Desperado". Ou seja, uma vez exposto - como as pequenas bandas que chegam, sem estarem preparadas, ao top of the pops... - revelou a sua natureza: Rodriguez não tem unhas para a guitarra. E retirando as melhores intenções: Rodriguez é um "Tarantino dos pequeninos". "Era uma vez no México" é uma colagem primária de Peckinpah e Leone, com o sangue e o exotismo do videoclip. Há alguma vontade guerrilheira no gesto - e o facto de tanta gente conhecida, como Antonio Banderas, Salma Hayek, Johnny Depp, Willem Dafoe, Enrique Iglesias, Pedro Armendariz e Rubén Blades, se juntar a isto, parece mesmo "complot" revolucionário. Depp como pistoleiro cego é uma imagem saída de uma fantasia "camp". Mas é básico e ninguém aqui exibe (os seus?) talentos. E não é por isso que se deve dar a caução de cinema "trash" - porque isso é outra coisa.
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